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Opinião

O mundo isola Bolsonaro

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Por ERICK MEMÓRIA - bacharel em Relações Internacionais pelo IUPERJ | Edição do dia 29/05/2020 - Matéria atualizada em 29/05/2020 às 06h00

A reunião interministerial de 22 de abril, expõe o plano do Presidente Jair Bolsonaro, de armar a população e fomentar uma milícia civil para confrontar os governadores e prefeitos que cumprem as recomendações da OMS para a pandemia da Covid-19. O diálogo belicoso acontece enquanto acusa o então Ministro Sérgio Moro de não defendê-lo, mesmo este sendo o ministro da justiça que mais abriu inquéritos para proteger um mandatário nos últimos 25 anos, em apenas 16 meses de governo! A Ministra Damares e o Ministro da Educação Abraham Weintraub, também ameaçaram a democracia. Damares pede a prisão de chefes de executivos municipais e estaduais e Weintraub pede a prisão dos ministros do STF. Em suma, o governo defende a morte e a prisão de seus adversários.

Enquanto ameaça o isolamento social, escancara-se o isolamento político do governo, mas o show de horrores continua com a fala do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que choca ao informar que em sua concepção, uma das maiores pandemias que já enfrentamos, seria um “momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid” e sugere “ir passando a boiada”. A boiada que pretende passar é a dos grileiros, através do PL 2633/20, que permite que terras públicas desmatadas com até 2.500 hectares se tornem propriedade de quem as ocupou irregularmente. Lembram-se do incêndio criminoso na Amazônia que chocou o mundo? Pois é. Dizem trabalhar para salvar a economia, mesmo com números que provem o contrário, ao custo da fauna, da flora e da vida do povo brasileiro.

No cenário internacional vai de mal a pior, isolado internacionalmente, nada dá certo na diplomacia. O presidente dos EUA Donald Trump, com quem alinhou-se automaticamente, demonstra desinteresse em cooperar com Jair desde quando decidiu taxar o aço brasileiro e argentino, acusando os governos de Bolsonaro e do derrotado Macri de desvalorizarem de propósito suas moedas para obter ganhos em exportação. Não se trata de política econômica, trata-se apenas da incompetência do Ministro da Economia Paulo Guedes em estado bruto. Trump impôs embargo a carne brasileira, que para a sorte do agronegócio conseguiu um novo destino, a China comunista. Comobse não bastasse, bolsonaro precisa agora engolir a proibição da entrada de brasileiros nos EUA. No Uruguai, Bolsonaro apoiou o direitista Luiz Lacalle Pou, que recusou o apoio, considerando-o tóxico. Irritou os árabes, prometendo ao Premiê israelense Benjamin Netanyahu transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, sofrendo assim um revés dos países árabes, que ameaçaram suspender importações do Brasil. Irritou os israelenses, quando afirmou que “podemos perdoar o holocausto, mas não esquecer”. Acabou Bolsonaro.

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