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O vírus e a nova era II – Anunciação

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Seria este um vírus maldito ou um vírus redentor? Poderíamos chama-lo até de um vírus revolucionário, que veio para mudar a postura de como o homem trata a natureza, a forma como tratamos o próximo e até mesmo os animais, que, pelo menos até o presente momento, ainda não foram atingidos pela fúria virótica da Covid-19. Temos notícias de uma dezena de casos isolados, que carecem de maiores confirmações, mas, mesmo assim, apenas casos dos homens infectando os animais, nunca o inverso, um vez que não existe uma única confirmação de que os animais tenham infectado um humano. Talvez o vírus tenha um origem divina, extra-terrestre ou que confirme a Teoria de Gaia, que assegura ser o planeta terra um organismo vivo, e que, de tempos em tempos, reagiria a tantas agressões sofridas em razão da ambição humana. Seria o vírus um anjo, do bem ou do mal, que carregaria uma mensagem sob um disfarce? A verdade é que nada sabemos sobre ele. Sócrates tinha razão quando afirmou “só sei de que nada sei”. O fato é que este anunciador de uma nova era, que designamos de coronavirus, tem mostrado à humanidade sua total fragilidade em desafiar a natureza. Ele tem se mostrado mais forte do que mil bombas atômicas. Chega confrontando o atual sistema geopolítico, econômico, ideológico e social predominante, de um capitalismo predatório que tem destruído a natureza e o planeta, nesta sua pior e mais perversa versão sistêmica, que é o neoliberalismo. O mundo e os seres humanos, toda fauna e flora, estarão fadados ao desaparecimento e a extinção. Por isso entendo que deva haver um imenso esforço de toda a comunidade científica internacional pela busca do descobrimento da vacina que poderá nos redimir. Enquanto a cura não vier, nós estaremos destinados a vivermos, ou sobrevivemos, como párias neste mundo pós-pandemia. A Covid-19 parece confirmar o que sempre suspeitei, que o universo não passa mesmo de um série de eventos e acontecimentos que foram ocorrendo ao acaso e que deram origem a vida. Somos uma espécie de loteria biológica. A vida e até mesmo o destino são regidos pelo mero acaso. Não existe um controle ambiental e social como imaginamos, tudo é regidos pelo caos cósmico. Não temos controle sobre o que nos acontecerá no próximo minuto. A contaminação pelo vírus que ameaça o mundo é a prova viva desta afirmação. O filme Contágio, de Steven Sorderbergh, realizado em 2011, inspirado no vírus H1N1 é uma anunciação de que a casualidade mais corriqueira pode alterar o futuro da humanidade. Excelente filme. Seremos as maiores vítimas dos nossos próprios pecados capitais. O vírus da anunciação da Nova Era, seja bendita ou maldita, a depender da resignificação de valores humanitários de justiça e igualdade, da recomposição democrática do planeta terra, veio com uma missão específica de ressuscitar a natureza. Já começamos a ver os peixes voltando a nadar no Grande Canal de Veneza, o azul do céu sempre escondido sob grandes camadas de poluição nas grandes cidades industriais na China e ainda as ameaçadas de extinção tartarugas-de-pente voltando às praias de Pernambuco, para desovarem 97 novos nascimentos, longe dos olhos e da maldade do homem.

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