loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quinta-feira, 03/07/2025 | Ano | Nº 6002
Maceió, AL
21° Tempo
Home > Opinião

Opinião

DESCONFIANÇA

.

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações anunciou ontem a nova estrutura de funcionamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. Segundo o governo, a base de dados sobre desmatamento em tempo real será aprimorada nas faixas de observação e ficará mais ágil com a entrada em funcionamento neste mês do satélite sino-brasileiro CBERS 04A e, no futuro, com o satélite Amazônia-1, com tecnologia nacional.

O anúncio ocorreu um dia depois da exoneração da pesquisadora Lubia Vinhas, responsável pelo trabalho de monitoramento da Amazônia dos últimos cinco anos. Lubia Vinhas ocupava o cargo de coordenadora-geral de Observação da Terra do Inpe, departamento responsável pelos sistemas Deter e Prodes, que acompanham o desmatamento da Amazônia. Na semana passada, o órgão atualizou em seu site os dados referentes ao desmatamento da Amazônia em junho, apontando que o ritmo de alta se manteve, mesmo com uma ação de militares na região desde maio e com a pressão que vem sendo feita por investidores estrangeiros para que o governo controle o problema. Alertas feitos pelo sistema Deter, do Inpe, indicam a perda de 1.034,4 km² no mês de junho, alta de 10,65% em relação a junho do ano passado, quando os alertas apontaram desmate de 934,81 km². Em apenas um mês, foram derrubados na Amazônia o equivalente à área da cidade de Belém (Pará). Nos últimos anos, o desmatamento da Amazônia se tornou uma espécie de escala pela qual o resto do mundo avalia a política ambiental do Brasil. Por isso, os números registrados nos últimos meses acenderam a luz vermelha no governo. Já são 14 meses consecutivos de alta no corte da floresta em relação aos mesmos meses do ano anterior. A reestruturação do Inpe pode até trazer bons frutos, mas a forma como se deu deixa todos com uma pulga atrás da orelha. Afinal, a política ambiental do governo Bolsonaro tem ido na contramão das expectativas das entidades que defendem o meio ambiente. O governo perdeu a credibilidade precisa provar que pode virar o jogo.

Relacionadas