Estudo feito pela Universidade Federal de Pernambuco revelou que o auxílio emergencial de R$ 600 foi o responsável por manter a economia ativa durante a pandemia em municípios de menor renda e alta vulnerabilidade. O Norte e o Nordeste foram as regiões que o efeito do recebimento do benefício foi mais sentido. De acordo com levantamento, houve municípios em que o impacto representa 27% do Produto Interno Bruto.

Para os pesquisadores, o que mais chamou a atenção foi a eficácia e o foco da política. Trata-se uma transferência de recursos direta, sem intermediários, para pessoas que mais precisam, indo além das que já estão cadastradas no Bolsa Família ou em outros programas federais. Para as famílias mais pobres, é um impacto significativo. Isso talvez explique o aumento da popularidade do presidente Jair Bolsonaro nas últimas semanas, pois boa parte das pessoas associa o auxílio a uma benesse do governante. Ressalte-se, porém, que o valor de R$ 600 foi definido pelo Congresso; a proposta inicial do governo era de apenas R$ 200. O estudo também mostra que a utilização do dinheiro tem se dado de forma pulverizada. Em geral, as famílias gastam com alimentação, vestuário, pagamento de contas e compra de itens para a casa. Tudo isso é feito no comércio local, o que contribuiu até mesmo para a manutenção de empregos. São milhões de pessoas recebendo que recebem esses recursos distribuídos ao longo do País. Agora o Congresso discute a manutenção desse auxílio para minimizar os impactos da pandemia. A própria ONU defende que uma renda básica temporária para as 2,7 bilhões de pessoas mais pobres do mundo em 132 países em desenvolvimento pode ajudar a retardar a propagação do coronavírus, permitindo que a população fique em casa. É preciso buscar alternativas nesse momento atípico pelo qual o mundo vem passando. Cabe aos governo encontrar formas de socorrer seus cidadãos para que a recuperação econômica se dê no menor espaço de tempo possível. A complementação de renda é um desses instrumentos, que tem se mostrado eficaz.