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Nº 5691
Opinião

PANELAS VAZIAS

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Por Editorial | Edição do dia 18/09/2020 - Matéria atualizada em 18/09/2020 às 06h00


Dados divulgados ontem pelo IBGE mostram que, depois de recuar em mais da metade em uma década, a fome voltou a se alastrar pelo Brasil. Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões o contingente nesta situação. Em Alagoas, quase 70% da população mora em domicílios que apresentam situação de insegurança alimentar.

Além do aumento da população que passa fome no País, a pesquisa revelou também que O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e regular, a fome é mais prevalente nas áreas rurais e quase metade dos famintos vive na Região Nordeste. Nos últimos anos, o Brasil estabeleceu uma rede de proteção social, por meio de diversos programas, que provocaram uma pequena revolução. Em 2014, o País saiu da lista da fome, quando foram divulgados os índices da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, pesquisa realizada a cada cinco anos. Os dados mostravam que, em 2013, cerca de 3,2% da população, aproximadamente 3 milhões de domicílios, viviam em situação de insegurança alimentar grave — índice mais baixo que o Brasil o país atingiu. A queda representou 28,8% em relação a 2009, quando 5% da população brasileira vivia em situação de intensa privação de alimentos. Entretanto, o agravamento do desemprego e a precarização do trabalho a partir de 2015, empurraram o País novamente no mapa da fome. Após 13 anos de queda consecutiva, a taxa de mortes de crianças antes de completar um ano de vida cresceu 11% entre 2016 e 2017. A epidemia do novo coronavírus contribuiu para o agravamento da situação, mas o vírus não pode ser apontado como o único responsável pelo cenário desalentador. Nos últimos anos houve uma piora no combate à fome e extrema pobreza no Brasil. Reverter esse quadro exige, primeiramente, que o País volte a crescer vigorosamente e a gerar empregos. Além disso, é preciso fortalecer a rede de proteção social para que todos os cidadãos tenham o mínimo necessário para viver com dignidade.

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