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Nº 5691
Opinião

Coisas que não se explicam

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Por Alfredo Gazzaneo Brandão – engenheiro civil | Edição do dia 22/09/2020 - Matéria atualizada em 22/09/2020 às 06h00

Há coisas para as quais não encontramos explicação, justificativas ou algum indicativo sequer de lógica que possa justificar tais ocorrências.

Recebi de minha querida amiga Naia, a notícia de que Divane, esposa de Carlinhos Monteiro, estava interna na UTI de um grande hospital em situação gravíssima, motivada pela Covid 19, tomando um grande choque ao saber que mais uma pessoa amiga, muito querida, era vítima dessa pandemia. Sei bem o que isso significa, pois passei por essa experiência quando minha filha mais nova foi contaminada, no período de maior isolamento, onde éramos obrigados a nos manter realmente isolados e afastados de tudo e de todos. Felizmente, a situação foi controlada e fomos contemplados com sua recuperação total. Entretanto, a sensação desesperadora de impotência, aliada ao desconhecimento, à total ausência de informações quase me leva à loucura. Por isso, imagino o que passaram estes meus amigos e como devem estar agora com a sua partida. Filha de Seu Alonso e D. Luizinha, um doce de pessoa, sincera, verdadeira muito querida, Divane era amiga desde a época de juventude. Pertencíamos à mesma turma de jovens, juntamente com Albinha, Zuca, Vaninha, Maria e tantas outras que, como eu, devem estar agora a recordar aqueles bons tempos com muita saudade. Divane se destacava das demais, não apenas pela sua educação e simplicidade, atributos comuns aos demais, e sim pela maneira sempre correta de se conduzir e de orientar com muita responsabilidade os amigos, parecendo ser a mais velha do grupo, o que não era verdade. Naqueles bons tempos, as amizades eram realmente puras, verdadeiras e desinteressadas , tanto que se conservam até hoje. Depois , adultos, profissões diferentes, a vida seguiu também por caminhos diversos. Divane formou-se em odontologia, casou com um colega engenheiro , também muito querido, Carlos monteiro e formou uma bela família. A convivência já não era tão intensa mas, quando nos encontrávamos, sempre vinham à tona as boas lembranças dos tempos de juventude. As quadrilhas, os assaltos as histórias pitorescas dos colegas, que ficaram guardadas na memória afetiva de todos nós. A amizade era verdadeira e por isso, permaneceu viva passando para o restante da família. Sou surpreendido pela notícia de sua partida tão prematura. Com uma vida inteira pela frente, uma família unida, bem estruturada, alicerçada no amor tem sua história brutalmente interrompida. Como explicar, como entender? São os mistérios da vida para os quais não há explicação. Não nos adianta tentar acompanhar esse raciocínio, pois não há lógica. Só nos resta lamentar, pois nem palavras conseguimos encontrar para dizer a Carlinhos, aos filhos à Rejane e toda a família, que tragam algum alento ou minimizem essa perda irreparável e injustificável de nossa querida amiga Divane. Sou católico, mas sou espiritualista. Não acredito em reencarnação mas creio na vida eterna e entendo que essa vida é uma passagem e que todos temos um tempo determinado, uma missão a cumprir até a partida para a vida eterna. E é nesse parâmetro que me seguro e tento me manter equilibrado, aceitando as inexplicáveis ocorrências como sendo a vontade do Pai. Quem sou eu, na minha insignificância e total ignorância dos mistérios da vida, para questionar ou contestar? Só me resta aceitar, com tristeza, saudade e mil interrogações, afinal sou humano. É essa a mensagem que quero deixar a vocês, com meu afetuoso abraço, dizendo ainda que essa partida é subjetiva. Quem permanece viva nas lembranças e no coração, não morre jamais, estará eternamente viva.

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