app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 0
Opinião

DESTRUIÇÃO

.

Por Editorial | Edição do dia 01/12/2020 - Matéria atualizada em 01/12/2020 às 04h00

Dados divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que de agosto de 2019 a julho deste ano, o desmatamento na Amazônia cresceu cerca de 9,5%em comparação com o período anterior, de 2018 a 2019. No total, foram derrubados mais de 11 quilômetros de floresta nesse intervalo de tempo, apesar da presença do Exército na floresta, sob a Operação Verde Brasil 2. A área desmatada é a maior da última década.

A tendência de aumento do desmatamento na Amazônia teve início em 2012. Desde o início do governo Bolsonaro, porém, a destruição mantém uma aceleração acentuada e preocupante. O uso do Exército, que ainda está em ação na floresta para combater atos ambientais ilícitos, é uma das únicas ações concretas do governo Bolsonaro que visam frear o desmatamento, mas a tática não trouxe resultados satisfatórios até o momento. A derrubada da mata na Amazônia é acompanhada por um crescimento das queimadas na região. Até 22 de outubro deste ano, os focos de calor registrados no bioma superaram o total de 2019. Mesmo com os dados de crimes ambientais em alta, o governo têm minimizado os problemas e tentado empurrá-los para os ombros de outras nações. Para entidades de defesa do meio ambiente, os dados são preocupantes, mas não surpreendem, porque são consequência do desmonte das políticas ambientais no Brasil desde janeiro de 2019. Segundo as ONGs, o Brasil descumpriu a meta da Política Nacional sobre Mudança de Clima. As consequências não são apenas ambientais. O País está perdendo acordos comerciais e se isolando internacionalmente, num momento em que o mundo entra num realimento crítico em relação ao combate à crise do clima. O fato é que o Brasil precisa mudar urgentemente o foco de sua política ambiental, que parece se basear no modelo de desenvolvimento da década de 1970, com destaque para a agropecuária e a mineração. Os tempos são outros, as necessidades e as preocupações são outras, e o governo necessita incluir em sua política o conceito de bioeconomia, caso contrário o País ficará cada vez mais isolado.

Mais matérias
desta edição