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Nº 5759
Opinião

Dinheiro da merenda

O Baixo São Francisco é a única das regiões do nosso Estado que não tem nenhum município na iminência de ficar sem receber os recursos repassados pela União para a compra dos alimentos necessários da merenda escolar. As demais, principalmente a Mata e Ser

Por | Edição do dia 05/04/2002 - Matéria atualizada em 05/04/2002 às 00h00

O Baixo São Francisco é a única das regiões do nosso Estado que não tem nenhum município na iminência de ficar sem receber os recursos repassados pela União para a compra dos alimentos necessários da merenda escolar. As demais, principalmente a Mata e Sertão, mesmo com crônicas e crescentes carências no campo social, aparecem com várias prefeituras que faltam fazer as prestações de contas referentes a 2001, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para escapar da punição. Publicamos, em nossa edição de ontem, a relação dos nossos municípios considerados irregulares junto ao FNDE, torcendo para que nenhum deixe de adotar as providências necessárias. E, conseqüentemente, evitar o agravamento dos efeitos da fome nas comunidades do Interior, principalmente nas povoações da área rural. Sempre, em casos como este, a população-alvo dos programas mantidos com o dinheiro do contribuinte é quem termina sendo penalizada, pagando com o aumento das suas necessidades pelos desacertos na administração da coisa pública. O que não pode continuar. Principalmente nas cidades que continuam com vergonhosos índices de óbitos decorrentes das chamadas doenças da fome e da miséria. O País já tem cerca de 5 milhões de crianças matriculadas só na pré-escola. A maioria é carente. E não podemos esquecer que, ainda, somos um dos Estados mais pobres em todo o Brasil. Estimativas mais recentes indicam a existência de 250 mil pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza e que não podem deixar de ser contempladas com programas sociais. Como o da merenda escolar, um dos mais antigos, importantes e atingidos por irregularidades. Temos que evitar a repetição de problemas como este, que prejudicam centenas de crianças pobres. Zelar pela correta destinação e lutar na busca de investimentos suficientes para a melhoria das condições de vida de milhares de pessoas, sobretudo, em nosso Estado, que tem mais de 20% da população economicamente ativa sem renda e mais de 40% recebendo entre meio e dois salários mínimos.

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