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Opinião

COMIDA SALGADA

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Por Editorial | Edição do dia 13/01/2021 - Matéria atualizada em 13/01/2021 às 04h00

Um levantamento divulgado esta semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o preço médio da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas ao longo de 2020. Segundo o Dieese, em 2020, a maior parte dos produtos que fazem parte dela apresentou elevação de preços em todo o País.

A alta dos preços, segundo o órgão, foi reflexo, principalmente, da desvalorização cambial e do alto volume das exportações. Além disso, fatores climáticos, em decorrência de longos períodos de estiagem ou de chuvas intensas, também impactaram nos preços dos alimentos. O fato é que, nos últimos meses, o consumidor brasileiro vem se deparando com um aumento generalizado nos preços, principalmente dos alimentos, entre eles a carne bovina, o óleo de soja, o arroz e o feijão. Em um ano marcado pela corrida aos supermercados no início da pandemia de coronavírus, pelo aumento de consumo em função do auxílio emergencial e ainda por exportações aquecidas, o prato do brasileiro ficou mais caro. Pressionado pelos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2020 em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%. Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%. No ano passado, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas já revelava que os consumidores brasileiros estavam vendo mais inflação à frente, e essa expectativa de inflação é maior entre as pessoas que compõem as menores faixas de renda. Calcula-se que os gastos com comida pesam 28% no orçamento dos mais pobres, enquanto na cesta de consumo dos mais ricos representam apenas 13%, com os serviços ocupando uma parte mais relevante. Analisas econômicos dizem não haver grande risco de a inflação sair de controle, como já ocorreu em décadas passadas. Entretanto, espera-se que a equipe econômica adote medidas eficazes para evitar que a inflação continue corroendo o poder de compra da população.

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