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Nº 5692
Opinião

Ciclovias atrasadas

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Por Editorial | Edição do dia 16/01/2021 - Matéria atualizada em 16/01/2021 às 04h00

No calendário da ONU, ela já conquistou uma data oficial como parte ativa na promoção de cidades saudáveis e de cidadãos ativos. É até vista como integrante do conjunto de ações de recuperação dos danos causados pela pandemia. Desde sua aparição, há mais de duzentos anos, pelas mãos de um inventor alemão, a bicicleta segue evoluindo, mas ainda é marginalizada como meio de transporte na sociedade.

“A falta de ciclovias, de educação no trânsito, de fiscalização mais atuante e, principalmente, de discussão entre autoridades públicas e sociedade, são pautas constantes entre as pessoas que precisam da bicicleta para se locomover em Alagoas”. Esta afirmação, que impressiona pela atualidade, consta na reportagem da jornalista alagoana Natália Souza, que a produziu em 2013 para o G1-AL. À época, ela viajou a Berlim a convite do governo da Alemanha, onde passou a limpo o transporte sobre duas rodas na terra do inventor do equipamento. A efetiva falta de uma política cicloviária é comprovada pela recorrência dos fatos históricos. Em 2012, o governo de Alagoas entregou a duplicação da rodovia até Barra de São Miguel, mas sem ciclovias e passarelas. Há pouco tempo, lideranças políticas de Arapiraca cobraram do Estado a construção de ciclovias e passarelas na região. Em Maceió, o espaço reservado a ciclistas é contado a dedo. São poucos os logradouros, com destaque para as orlas marítima e lagunar. E mesmo assim padecendo pela má conservação, quando não passa de obra inacabada ou invadida, como a ciclovia da Avenida Menino Marcelo, na parte alta da cidade. Para melhor compreender a defasagem que a gestão JHC está herdando, basta comparar com Aracaju, que possui quase o dobro dos 43 km de ciclovias existentes em Maceió. Quanto ao governo do Estado, é inconcebível prosseguir com novas obras rodoviárias sem a previsão de ciclovias e passarelas nos trechos apropriados. É preciso encarar a bicicleta como um veículo, que, em Maceió, está presente na vida cotidiana de duzentas mil pessoas, como estima a entidade associativa dos ciclistas. E que os gestores adotem, cada vez mais, medidas para salvaguardar os condutores de bicicletas e pedestres, porque os espaços urbanos concebidos devem colocar sempre gente em primeiro lugar.

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