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Opinião

A hora de ajudar os jovens

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Por Paulo Delgado. professor e sociólogo | Edição do dia 16/01/2021 - Matéria atualizada em 16/01/2021 às 04h00

Democracias ao redor do mundo, da Alemanha aos EUA, decidiram ajudar os jovens, os mais esquecidos nas políticas emergenciais de enfrentamento da crise de esperança provocada pela pandemia. A Alemanha, especialista nos programas de integração entre educação, empresas e atividades cívicas está expandindo as portas de entrada para os jovens através de serviços tanto de orientação civil quanto militar. Os EUA reativaram programas que deram diversas ocupações aos jovens durante crises econômicas passadas. Decidiram expandir as oportunidades de serviço para populações vulneráveis. O importante é que jovens estejam estudando, treinando e trabalhando.

O Brasil, que tem 51,3 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos, tem também entre os jovens a maior taxa de desemprego. Acrescida da baixa esperança para o jovem que estuda. Segundo o CIEE, Centro de Integração Empresa-Escola, a maior entidade filantrópica que atua pelos jovens no país, se as ações governamentais fossem capazes de combinar programas de estudo e trabalho poderíamos combater o desemprego e a evasão escolar ao mesmo tempo. E assim unir o desejo de inovar das empresas à responsabilidade pública do Estado, por meio de programas de estágio e aprendizagem. É o CIEE que alerta: programa governamental de emprego sem estudo é gasolina na evasão escolar. Estudo sem trabalho uma ilusão no horizonte do jovem. Porque saber e fazer devem andar juntos. O diploma e a carteira de trabalho, orgulho e realização do jovem e sua família. O Estado não deve fazer o papel de agente econômico. Mas ele precisa dar a direção em áreas importantes, sua função como agregador dos diversos e conflitantes interesses sociais. Se isso pode ser relaxado em tempos de vento a favor, em momentos de crise como agora é essencial apontar a direção e o rumo a ser seguido. Por várias razões, estamos vivendo o colapso das estruturas tradicionais da economia e isso é sentido em termos de oportunidades de trabalho e renda na população mais jovem. Se queremos ter esperança nos anos a seguir integrar o jovem ao mercado de trabalho será uma questão de sobrevivência da economia. E o tripé jovem-escola-empresa é o horizonte do futuro.

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