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Nº 5759
Opinião

O talento dos jovens

JOSÉ MEDEIROS * No período de minha adolescência lia-se um livro de autoria  do escritor Conde Afonso Celso:  Por que Me Ufano do meu País. Uma exaltação à terra brasileira e à sua gente, ao futuro desta nação, de forma lírica e irrealista. Nossos jove

Por | Edição do dia 07/01/2004 - Matéria atualizada em 07/01/2004 às 00h00

JOSÉ MEDEIROS * No período de minha adolescência lia-se um livro de autoria  do escritor Conde Afonso Celso:  Por que Me Ufano do meu País. Uma exaltação à terra brasileira e à sua gente, ao futuro desta nação, de forma lírica e irrealista. Nossos jovens eram saudados como o brilhante futuro do País. Nenhuma dificuldade, nem desemprego, violência e miséria pareciam existir. Um céu de brigadeiro era a tônica desse escrito: frases poéticas revestidas de musicalidade, definidas posteriormente como “imagens de um mundo luminoso, apreendido por uma sensibilidade plástica, amante da forma e da cor”. Lembrei-me do livro referido ao participar da cerimônia de entrega dos prêmios do Concurso Literário sobre a biografia do médico, escritor e cientista alagoano Arthur Ramos. Senti intenso orgulho por esses estudantes premiados. Para situar o leitor nesse assunto, relembro alguns fatos: em fevereiro do ano passado, o médico Emanuel Fortes Cavalcante, presidente do Conselho Regional de Medicina, reuniu representantes de entidades cientificas, culturais e educacionais, de Secretarias do Estado e dos Municípios de Maceió e do Pilar. Sugeriu um plano de estudos e eventos, sobre a vida e a obra de Arthur Ramos, no transcurso do centenário de seu nascimento. Era necessário aproveitar a oportunidade para torná-lo mais conhecido pelos alagoanos, tentando resgatar uma dívida de gratidão para com o médico pilarense, respeitado como cientista social até no exterior. Uma esmerada programação foi elaborada. A Prefeitura de Pilar, por sua vez, fez numerosas comemorações. Os objetivos desses trabalhos foram alcançados? Dois fatos podem condensar a resposta. O meu neto, o José Medeiros Neto, de quem tanto me orgulho, saiu-se com a seguinte expressão numa roda de conversas familiares: “puxa, nesse ano de 2003 só se fala no médico Arthur Ramos”. Respondi: é isso mesmo que se deseja, que se fale em Arthur Ramos, que se conheça esse alagoano que é credor da admiração de muita gente no Brasil e em outros países. Também, como resposta à indagação, cito outro fato ocorrido na tarde de 30 dezembro: a solenidade de premiação do Concurso Literário sobre a biografia de Arthur Ramos, da qual participaram alunos da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio, de escolas municipais e estaduais. Cerca de 50 trabalhos literários foram examinados. Os prêmios, patrocinados pela Fapeal, foram entregues em sessão especial na presença da Comissão Organizadora. Mas não só os alunos premiados e seus professores orientadores merecem destaque. Referência especial merecem, de igual forma, outros estudantes que concorreram com bons trabalhos, estudaram com desvelo sua biografia. Em plena época da Internet conseguem cultivar a linguagem escrita, com reconhecida aptidão. Quem convive em escolas verifica que é impressionante a descoberta de novos valores, talentos que merecem ser incentivados de todas as formas. (*) É MÉDICO E EX-SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E DE SAÚDE

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