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Nº 5759
Opinião

N�o ensarilhar armas

JOSÉ SEBASTIÃO BASTOS * Mesmo nesse Ano de Graça de 2003, com a Campanha adotada pela CNBB, que teve como lema “Vida, Dignidade e Esperança” e com o tema “Fraternidade e Pessoas Idosas’’, a emenda constitucional nº 41, que tratou da ‘‘Reforma da Previdê

Por | Edição do dia 08/01/2004 - Matéria atualizada em 08/01/2004 às 00h00

JOSÉ SEBASTIÃO BASTOS * Mesmo nesse Ano de Graça de 2003, com a Campanha adotada pela CNBB, que teve como lema “Vida, Dignidade e Esperança” e com o tema “Fraternidade e Pessoas Idosas’’, a emenda constitucional nº 41, que tratou da ‘‘Reforma da Previdência Social”, recentemente promulgada pelo Congresso Nacional, através dos presidentes do Senado da República e da Câmara Federal, a Reforma em referência não atendeu aos desejos, aos reclames, aos urgentes apelos daqueles que ainda hoje são considerados marginalizados, espécie de “fantasma perseguido”, como sentenciou há longos anos o grande poeta e escritor Carlos Drummond de Andrade e o mestre sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, quando asseverou: “Apostando, uni-vos”! Os ilustres intelectuais citados, com o que já anteviam a perseguição, a má vontade e o desamor aos idosos, aos inativos que são os ativos de hoje. É forçoso reconhecer que aposentado, seja civil, militar, trabalhador em geral, não é responsável pelo descalabro e o “rombo” que tornaram a Previdência Social Ingovernável. Sabemos que exageros devem e podem ser corrigidos. Contudo, não se deve mistificar e nem punir os aposentados, com o fim de apresentá-los como “bode expiatório”, dentro da Reforma Previdenciária, já promulgada, inclusive, com uma chamada PEC nº 77, rotulada de “paralela”, que visa beneficiar em alguma coisa o pobre aposentado. Insulta-se o inativo quando se lhe quer atribuir o tal “rombo” ao inimaginável déficit da Previdência, quando não é verdade. A falácia de que aquele órgão previdenciário é deficitário é também um insulto à inteligência do nosso povo. Todo brasileiro reconhece que a precaríssima situação financeira da Previdência é proveniente do desvio do seu fabuloso patrimônio para outros fins, também para o pagamento de juros escorchantes das dívidas do governo brasileiro, sem falar na alta sonegação que campeia na Previdência e dos que teimam em não pagar ao órgão previdenciário, além das gigantescas e abomináveis fraudes de quando em quando descobertas, enriquecendo quadrilhas de ladroagem de conhecidos fraudadores já do conhecimento do povo brasileiro. E ainda, para querer massacrar o aposentado já idoso que contribuiu para o INSS ao longo do seu tempo de serviço, procura o Ministério da Previdência humilhar aposentados do INSS que tanto contribuíram, alguns já sem condições físicas, chegando aos 90 anos de idade a se cadastrarem naquele órgão, cuja cena foi mostrada pela televisão, chocando e revoltando o Brasil inteiro e um insulto grosseiro ao nosso povo. Deve-se respeitar com a maior reverência, maior carinho, já com sua cabeleira nevada, prateada ou esbranquiçada, nunca com o tal preconceito odioso da idade, que afeta tanto as mulheres como os homens. Menosprezar, achincalhar a experiência dos mais velhos é um erro tolo e primário. Com esta PEC “paralela” em vias de apreciação no Congresso Nacional, o aposentado necessita de prosseguir na luta desigual, mas necessária junto aos senhores congressistas, - deputado e senador - Com toda energia, com todo vigor, não ensarilhando armas. (*) É PROCURADOR DE ESTADO E MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE ALAGOAS

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