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Mais vacinas, menos tempestades

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Victor Hugo afirmava: “As palavras podem ter a leveza do vento ou a força da tempestade”. Na madrugada na qual o deputado extremista foi preso, o Brasil completava um mês do início da vacinação e tínhamos apenas 2,6% da população vacinada - vacinamos 5, 4 milhões de pessoas com a 1ª dose, quando podemos vacinar 60 milhões em um mês, se tivermos vacinas. Várias capitais interrompiam a vacinação por falta de vacinas, os governadores se reuniam com o general Pazuello para cobrar cronogramas factíveis, a Frente Nacional de Prefeitos clamava por vacinas e a Confederação Nacional dos Prefeitos pedia a aposentadoria do general. A nova cepa de Manaus, a P.1, disseminava-se pelo País, reinfectava pacientes com gravidade, contagiava pacientes jovens com inusitada rapidez e morbidade. Foi confirmada a sua indesejada presença em 16 Estados, inclusive Alagoas.

Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), comandada por Aras, mas cuja denúncia foi subscrita por vice-procurador, o extremista cometeu crimes previstos no artigo 344 do Código Penal, artigos 18 e 23 da Lei de Segurança Nacional, configurando-se o flagrante delito pelo artigo 302 do Código de Processo Penal, Lei 3.689; o criminoso fez ainda reiterada apologia ao AI5. Foi cumprida a lei. Esse novo e reincidente ataque de um radical de extrema-direita contra a democracia veio durante a tempestade da pandemia e falta de vacinas para a população. O delinquente possui vasta folha corrida de cometimento de ilegalidades. Hoje travestido de deputado, é ainda investigado por outras transgressões contra o Estado de Direito democrático, ameaças ao STF e o uso delituoso de fake news O distúrbio público causado pela continuada ação criminosa do deputado e seus comparsas, e a energia desprendida por autoridades públicas para administrá-lo ignoraram e ignoram os mais de 245 mil mortos pela pandemia, as famílias enlutadas e a delicada situação econômica brasileira. Esses extremistas são daquele bando de facínoras de falas como: ”No caos me sinto à vontade, a tempestade é o meu elemento”. Perguntar-se-ia: a quem interessaria essa desordem, esses desgastes causados pelos extremistas? Isso ajudaria no Auxílio Emergencial, nas reformas Administrativa e Tributária? Esses extremistas de direita ajudaram minimamente no fornecimento de vacinas, na salvação de vidas de inocentes, na recuperação da economia brasileira e dos empregos? Estamos em um barco em alto mar fustigado por uma violentíssima e prolongada tempestade, de onde não se vê porto seguro onde atracar, o timoneiro não tem bússola nem interesse por ela, e parte da tripulação (os extremistas), ao invés de retirar a água que afunda o barco, abre buracos no seu casco para afundá-lo, levando todos nós. Esses extremistas são incitadores do ódio e da violência, acham-se acima das leis, são golpistas declarados. Usam ameaças às integridades físicas e psicológicas dos que resistem - principalmente o STF, principal bastião de resistência legal e constituída aos extremistas às suas brutalidades - para intimidá-los e aos seus familiares e forçá-los a afundar nas profundezas da ilegalidade e da tirania. Somente o respeito à Constituição poderá nos conduzir nessa tempestade em direção a um porto estável. As instituições são imperfeitas e a democracia também, mas nada é pior do que o arbítrio de uma ditadura onde não se tenha imprensa livre para informar o que está ocorrendo. Foi Buda quem afirmou: ”Não deixe as pessoas te colocarem na tempestade delas, coloque-as na sua paz”. Precisamos de paz que só a proteção da Constituição e das instituições do Estado Democrático de direito pode nos acenar. O povo precisa de vacinas, de empregos e de paz. Ditadura nunca mais!

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