SEM FREIO
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Por Editorial | Edição do dia 26/02/2021 - Matéria atualizada em 26/02/2021 às 06h00
No dia 26 de fevereiro de 2020, o Brasil tinha o primeiro caso confirmado do novo coronavírus. Um homem de 61 anos, residente da capital paulista, que tinha feito uma viagem para a Itália entre 9 e 21 de fevereiro, é considerado o primeiro registro de contaminação da doença em território brasileiro. Na época, ele procurou um serviço de saúde com sintomas respiratórios.
Um ano depois, o País já ultrapassou a triste marca de 250 mil mortes pela doença, e a pandemia ainda não dá sinais de que vá acabar em pouco tempo, pois as condições para seu controle estão muito precárias. De um lado, boa parte da população parece ter relaxado nas medidas de prevenção e são comuns cenas de pessoas aglomeradas ou sem o uso de máscara. Do outro lado, os governos têm falhado na fiscalização, na testagem em massa e também na vacinação, que anda a passos lentos. Acrescente-se a isso o surgimento de novas variantes do coronavírus, que estão se espalhando pelo Brasil.
Especialistas já trabalham com a hipótese de a doença se tornar endêmica, como a dengue e a gripe. Eles apontam problemas como a falta de vacina, de organização e de liderança. Perdeu-se tempo preciosa no embate entre o governo federal e os governos federais, e isso teve consequências desastrosas no combate à pandemia. Também houve insistência em tratamentos preventivos sem eficácia comprovada. Agora o Ministério da Saúde encontra dificuldades para obter imunizantes na quantidade necessária. Enquanto outros países registram uma redução do número de casos e óbitos, por aqui temos um recrudescimento, e muitos gestores já falam em adotar medidas mais duras de isolamento para evitar o colapso do sistema de saúde, como ocorreu recentemente no estado do Amazonas. É preciso insistir no distanciamento social, por meio de fiscalização e campanhas educativas, fortalecer o sistema de saúde e buscar meios de aumentar a oferta de vacinas. Mais do que isso, é necessário um comando central do País para combater a pandemia, caso contrário tão cedo não nos livraremos desse pesadelo.