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Pelo fim da tração animal

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É inconcebível e inadmissível que, em pleno terceiro milênio, sejamos obrigados a conviver com cenas de trabalho escravo de animais nas ruas dos grandes centros urbanos, como é o caso dos cavalos, burros e jumentos, servindo de tração para carroças e levando cargas muito acima do seu próprio peso. Por esta razão, muitos deles agonizam e morrem nas vias públicas, sendo sacrificados diante dos olhos insensíveis dos seus exploradores, que não têm um mínimo de empatia e respeito por aqueles que lhes servem por anos e até décadas, levando o sustento aos lares desses trabalhadores informais. Precisamos urgentemente de uma Lei estadual/municipal, proibindo o uso de animais puxando carroças para quaisquer finalidade. Muitos não têm dimensão do impacto que esta conduta desumana causam a vida dos equinos, quando tratados como animais de carregação de fretes.

Muitos desses animais são abandonados após anos de serviços forçados, quando perdem sua função utilitária. Pesquisas revelam que mais de um milhão desses animais morrem anualmente, vitimados pelos anos de sofrimento, maus tratos e exploração ao extremo. Temos que estabelecer parcerias entre a União, os estados, os municípios e as empresas privadas, para a promulgação de uma lei que possibilite a substituição dos veículos de tração animal, por veículos de tração motorizados. A aquisição destes veículos auto-motores, teriam como contrapartida, a utilização dos espaço de publicidade nestas viaturas, para as empresas da iniciativa privada que aderirem ao financiamento deste projeto. Já existem alguns desses pequenos modelos de veículos de transportes de carga em circulação. Os protótipos existentes, são extremamente simples de operar, pois trata-se apenas de uma motocicleta, com uma carroceria adaptada e muito prático na sua utilização e funcionalidade. Este projeto garante ainda a gratuidade da CNH para os condutores de carroças e cursos profissionalizantes em diversos segmentos (corte e costura, cabeleireiros, culinária, mecânica, eletricista, informática, etc) para as famílias dos carroceiros, ampliando a renda familiar dos mesmos. Muitos certamente criticarão este projeto, por acharem que o mesmo prejudica os carroceiros, cuja maioria, lamento pela franqueza, não conta com minha simpatia, pois são verdadeiros carrascos desses animais. Deve ser pensada, entretanto, apesar desta constatação, uma alternativa para eles e seus dependentes. Reafirmo que minha maior preocupação neste projeto é com os animais e não com os humanos que lhes exploram com crueldade. Aos insatisfeitos com esta proposta, sugiro que troquem de lugar com esses animais que carregam nas costas as vezes o triplo do seu peso, levando chicotada no lombo de manhã, de tarde e de noite e muitas vezes de madrugada, pois além de trabalharem gratuitamente o dia todo para os que os torturam, são alugados de madrugada para catadores de lixo, sem o direito sequer ao sagrado descanso. Depois que envelhecem, após anos de trabalho escravo e não são mais úteis, são simplesmente abandonados nas ruas a sua própria sorte. Para finalizar, peço que respeitem os cavalos, burros e jumentos, evitando comparações que fazem deste seres fundamentais no desenvolvimento da humanidade, aos seguidores de governantes incompetentes, ignorantes e genocidas. Eles não merecem estas analogias, pois são seres nobres, trabalhadores, dignos, solidários e principalmente leais, até mesmo aos facínoras que só querem lhes tirar proveitos. Um bom filme sobre o tema é o documentário de 2015, “Sem Rédeas”, uma história de modernos cowboys que levam uma manada de mustangs do México para o Canadá, para que possam ser adotados. O inverso do que vimos por aqui.

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