Opinião
SEM MAIS TEMPO A PERDER
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O médico cardiologista Marcelo Queiroga foi empossado ontem como novo ministro da Saúde, num dia em que o Brasil atingiu mais uma triste marca, registrando 3.158 mortes por Covid no período de 24 horas, totalizando 298.843 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no País nos últimos 7 dias chegou a 2.349, mais um recorde no índice.
Em carta endereçada a Queiroga, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, voltou a pedir que ações de combate à pandemia tenham coordenação nacional. No documento, a entidade diz ter alertado reiteradas vezes sobre os perigos da ausência de uma condução unificada e coerente de combate ao coronavírus. As consequências são sentidas nos hospitais, nas filas de atendimento e no número crescente de vítimas.
O conselho também pede ao novo ministro da Saúde rapidez em adotar medidas que garantam a imunização de toda população contra a Covid-19 e ressaltou a importância do governo realizar campanhas de comunicação que reforcem as medidas de prevenção ao coronavírus. Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde também tinha feito um apelo ao governo brasileiro para que houvesse coordenação entre todas as esferas do governo na gestão da pandemia no País. O diretor-geral da OMS, Tedros Adahon, alertou que a pandemia está acelerando no Brasil e que o governo precisa levar a situação “a sério”. Para ele, só um esforço conjunto realmente reverterá essa tendência de crescimento das mortes. Parece haver consenso de que as medidas necessárias e urgentes neste momento são acelerar a vacinação, comprar insumos, contratar leitos de UTIs e garantir o fornecimento de oxigênio no País. Tudo isso tem de ser providenciado sem demora. Afinal, já são 62 dias seguidos com a média móvel de mortes acima da marca de mil; pelo décimo sexto dia a marca aparece acima de 1,5 mil; e o país completa uma semana com essa média acima da marca dos 2 mil mortos por dia. Foram 25 recordes seguidos nesse índice, registrados de 27 de fevereiro até aqui. Não há um segundo mais a perder.