Opinião
O SONHO DA INTEGRAÇÃO
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No dia 26 de março de 1991, o então presidente Fernando Collor, ao lado dos chefes de governo da Argentina, Carlos Menem, do Uruguai, Luis Alberto Lacalle, e do Paraguai, Andrés Rodriguez, assinou o Tratado de Assunção, documento que criou o Mercosul. Era a realização do antigo sonho de um mercado comum sul-americano. Nessas três décadas, o Mercosul já viveu momentos de euforia e depressão, refletindo a realidade econômica dos países que formam o bloco.
A formação do bloco trouxe resultados positivos para o Brasil. Entre 2011 e 2020, o País exportou US$ 54,9 bilhões a mais do que importou dos outros membros do grupo, com a pauta de exportações diversificada, tanto em produtos industriais quanto em alimentos. Nesse período, o superavit comercial perde apenas para a China, para quem o Brasil exportou US$ 158,3 bilhões a mais do que importou, mas as vendas para o país asiático são concentradas em poucos produtos.
De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria, cada R$ 1 bilhão exportado para o Mercosul gera R$ 4,12 bilhões para economia brasileira. Em relação à massa salarial, R$ 670 milhões em força de trabalho são criados a cada R$ 1 bilhão exportado para os demais países do bloco, contra R$ 450 milhões das exportações para a China. No 30º aniversário da criação do Mercosul, o setor industrial dos países-membros do bloco econômico reivindicam seu fortalecimento. Para isso, é necessário o reforço da integração interna, a ampliação de acordos comerciais com países estratégicos, a melhoria da competitividade e a estabilidade econômica. Para as entidades industriais, o Brasil e os demais países do Mercosul atravessam um período de deterioração econômica, de redução dos produtos industriais e de aumento das commodities na pauta de exportações. Por isso, é preciso implementar medidas macroeconômicas realistas para estabilizar economicamente a região. A criação do Mercosul sem dúvida foi um passo importantíssimo para o desenvolvimento da região. Entretanto, ainda há muito a fazer para que ele tenha mais peso em um mundo globalizado.