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Presença de Santo Agostinho

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Agostinho de Hipona, Santo Agostinho ( 354 - 430 d. C.), protetor das doenças nos olhos e nos ouvidos na Igreja Católica, tem igualmente um lugar especial na filosofia. Certa feita, exclamou: “Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam porque me corrompem”. Agostinho alertava para o significado amplo do vocábulo “corrupção”, tão arraigado no Brasil. A corrupção referida por Agostinho é a que, segundo os dicionaristas, abrange “decomposição”, “putrefação”, “adulteração das características originais”, “desvirtuamento de hábitos”, entre outros significados terrenos.

Corrupção, segundo Santo Agostinho e os dicionaristas, é o que se viu com os roubos de dinheiros públicos e o que também se vê no Brasil atualmente, quando o presidente da República, eleito através dos instrumentos da democracia e de jurar defender a Constituição, atua repetidamente em movimentos radicais que objetivam (em plena pandemia que já matou 320 mil brasileiros inocentes) “adulterar” o regime democrático que nos garante as vacinas e os distanciamentos sociais que salvam vidas. Democracia pela qual se elegeu e que tenta “desvirtuar” com seus arroubos autoritários. Democracia que objetiva “adulterar” com o uso do Exército para impor o seu negacionismo e impedir a execução das medidas sanitárias de proteção à Covid-19, para subjugar os governadores e manipular as Polícias Militares através de projetos parlamentares anticonstitucionais. Similarmente, foi corrompido o Ministério das Relações Exteriores, cuja missão é facilitar as negociações do Brasil com todos os países cujos mercados interessem à Nação. Ernesto Araújo: “Putrefez as características originais” do Ministério, atacou a Chin, a Índia e nos dificultou imensamente a compra das suas vacinas, multiplicando a mortalidade de inocentes. Santo Agostinho escreveu: “Não é tanto o que fazemos, mas o motivo pelo qual fazemos que determina a bondade ou a malícia”. O Exército nacional não é uma milícia, deveria ser respeitado e constatou tardia, mas corretamente, que o presidente queria usá-lo (“Meu Exército!”) para dar um golpe de Estado, mas a resposta foi de alinhamento à Constituição: o Exército não se envolveu nessa aventura ilícita, apoiada unicamente por uma minoria radical e de mentalidade corrompida. Esperemos que se mantenha uma Instituição de Estado e não de governo, seja qual for. Bolsonaro deveria estar promovendo o entendimento, a união e a conciliação para poder enfrentar a devastadora pandemia, mas só incita o ódio, a discórdia e a cizânia. É uma fábrica de criação de crises. Nada existe de cristianismo nisso, unicamente a impiedade, a corrupção moral e cívica. O nosso inimigo é o vírus, e sem união, bom senso, moderação e equilíbrio associados à ciência, não o venceremos.

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