Opinião
O DIA DA TERRA
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Líderes de 40 nações participaram ontem de um encontro virtual para discutir medidas que possam reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa. A Cúpula do Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ocorreu justamente no Dia da Terra, data instituída em 1970 pelo senador e ativista ambiental americano Gaylord Nelson.
Após uma série de desastres e tendências ocorridas na década de 1950, nos Estados Unidos, cientistas começaram a dar mais atenção à maneira como a rápida industrialização estava afetando o meio ambiente. Com o propósito de abrir discussões sobre a preocupação com a fome em massa, o grande crescimento populacional, a poluição do ar e da água e a preservação dos recursos naturais do planeta, surgiu o movimento ambientalista. No encontro de ontem, os Estados Unidos se comprometeram a cortar emissão de gases. Brasil e outros países aumentaram a meta de redução, enquanto China e Rússia não fizeram novos compromissos. Entretanto, todos destacaram a necessidade um esforço global para tratar da questão climática, a fim de garantir o futuro das próximas gerações. Como destacou o secretário-geral da ONU, António Gutérres, é preciso mobilizar as lideranças políticas para superar as mudanças climáticas e acabar com a guerra contra a natureza. Ele ressaltou que as temperaturas globais já subiram 1,2 grau Celsius, chegando a esse limiar da catástrofe. Para Guterres, os líderes mundiais devem construir uma coalizão global para emissões líquidas zero até meados do século, com envolvimento de todos. De fato, é preciso que todos os países, começando com os principais emissores, apresentem novas e mais ambiciosas medidas e contribuições para mitigação, adaptação e financiamento. A cúpula trouxe de volta os Estados Unidos ao centro das discussões sobre a questão climática. Trata-se de um novo tempo na busca do equilíbrio com o meio ambiente. O Brasil sempre teve um papel de destaque nessa questão, mas as ações do atual governo caminharam no sentido contrário. Será necessário ao país reencontrar o caminho.