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Nº 5798
Opinião

Cresceremos

Convencionou-se – por assim dizer – que os investimentos, de uma forma geral, particularmente os privados (sejam nacionais ou externos), necessitam de um cenário estável a curto, médio e longo prazo. Argumenta-se, com razão, que os investidores precisam c

Por | Edição do dia 03/03/2004 - Matéria atualizada em 03/03/2004 às 00h00

Convencionou-se – por assim dizer – que os investimentos, de uma forma geral, particularmente os privados (sejam nacionais ou externos), necessitam de um cenário estável a curto, médio e longo prazo. Argumenta-se, com razão, que os investidores precisam conhecer de antemão, por exemplo, a legislação que ordena os investimentos, os planos do governo para determinado setor, a remuneração dos ativos e remessa de lucros, quando for o caso. Num cenário ideal, imaginado pelos defensores da globalização, as legislações nacionais seriam substituídas por uma lei mundial de livre comércio, obviamente elaborada para atender aos interesses dos grandes grupos econômicos dos Estados Unidos e dos principais países da Europa. Como a globalização ainda não conseguiu compatibilizar as demandas sociais com a desregulamentação de amplos setores econômicos (dos países dependentes) e, portanto, foi incapaz de manter taxas de crescimento econômico elevadas e mesmo aonde chegou a ter um desempenho razoável (à custa da alienação de ativos e de atração de capitais de curto prazo, através de generosas taxas de juros), manteve excluídos dos benefícios temporários as camadas mais pobres da sociedade. Simultaneamente, foi alcançada a façanha de incorporar parte considerável da classe média a este contingente de excluídos, como foi o caso da Argentina. No Brasil, os efeitos se não foram tão visíveis e dramáticos como no país vizinho, deixou seqüelas consideráveis. Ao país restou um só caminho – crescimento – que não foi trilhado, nem em sonho, durante o primeiro ano do governo Lula. Todo atraso ou tergiversação em seguir esse rumo é causador de enormes danos a milhões de excluídos deste imenso país. Nesta semana, foi anunciado pelo BC que, apesar da manutenção da taxa Selic no topo do ranking mundial, o país crescerá 3,5% este ano. Depois da leitura da última ata do Comitê de Política Monetária, muitos já começavam a duvidar de que chegaríamos a tanto. As palavras de quem tem poderes para impedir o crescimento econômico do país, soam como um alento e mais uma vez renova esperanças.

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