Opinião
O MELHOR REMÉDIO
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Durante toda esta semana, a Organização Pan-Americana de Saúde está realizando a Semana de Vacinação das Américas. Até o dia 30, em eventos regionais e globais, a entidade pede que países da região intensifiquem o chamado para que a população se vacine e preencham lacunas de imunização geradas pelas interrupções nos serviços de saúde durante a pandemia.
Nas últimas décadas, o programa brasileiro de imunização do Brasil se consolidou como um dos mais abrangentes da região e conseguiu erradicar doenças como a paralisia infantil. Entretanto, na questão do coronavírus, o País vem derrapando feio. Outro aspecto que vem preocupando os especialistas nos últimos anos é a queda da cobertura vacinal. Não se trata de um fenômeno isolado. Desde 2013, a cobertura de vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola vem caindo ano a ano em todo o País e ameaça criar bolsões de pessoas suscetíveis a doenças antigas, mas fatais. O desabastecimento de vacinas essenciais e municípios com menos recursos para gerir programas de imunização estão entre as causas do problema. Há, porém, um fator ainda mais preocupante: pais que se recusam a vacinar seus filhos, seja por questões religiosas, seja por desinformação e fake news difundidas pelas redes sociais. Para especialistas, além do risco individual, a não imunização pode trazer problemas coletivos, pois favorece a proliferação das doenças. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre duas e três milhões de mortes por ano são evitadas por conta da vacinação das pessoas, especialmente às ligadas à difteria, tétano, sarampo e rubéola. É bom lembrar que o Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do SUS. O poder público precisa estar atento é realizar um estudo profundo para compreender a queda nos índices de imunização e evitar que o país retroceda nesse quesito e enfrente consequências graves. Para isso, é preciso melhorar a distribuição das vacinas nos postos e promover uma grande campanha educativa.
