Opinião
Educação com amor
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O desejo mais profundo que um pai ou uma mãe tem pelo filho é vê-lo sempre feliz, ter sucesso na vida, enfim, batalhar para que ele viva em plenitude. Porém, todas essas conquistas não deve existir só no plano material. As crianças precisam ser orientadas desde pequenas pelos pais para que associem ao sucesso objetivos espirituais que incluem a capacidade de amar, de ser solidário, de ser compreensivo, de ser paciente, enfim, de dar um sentido de felicidade interior à vida. Isso vai ajudá-lo muito a encontrar um bom caminho num mundo cheio de egoísmo e de confrontos. Porém, isso só conseguiremos com uma educação repleta de amor.
Sentir-se amado é uma necessidade em qualquer idade, um verdadeiro alimento para a nossa auto-estima e segurança. Mas na infância, principalmente nos primeiros anos de vida, ser amado significa um passaporte para a vida. As demonstrações de carinho partidas dos pais no convívio diário com os filhos funcionam como um sinal verde, para mostrar-lhes que não é à toa que eles estão no mundo e devem ter uma existência condigna nessa caminhada terrena. Para a criança a pior coisa que existe é a indiferença. Até os doze anos de idade procure de toda forma voltar-se para seu filho, dando-lhe companhia, atenção e fazendo-se sempre seu amigo. É um período muito curto, mas de notável importância nesse entrosamento dos pais com os filhos, porque depois dos treze anos eles preferem a companhia dos amigos, de sua turminha. Muito se tem falado da educação moderna, da vida dos jovens nos dias atuais, da juventude indisciplinada. Educar nos dias atuais é uma tarefa difícil, realmente. As crianças começam hoje mais cedo a entrar em contato com a vida, pois os acontecimentos nos invade a casa através da televisão, da internet e redes sociais. Condicionados pela mídia, pelas ilusões vendidas e estimuladas pelos companheiros de colégio, seus filhos vão crescendo e necessitando cada vez mais de sua presença através do diálogo, de suas orientações, para que não se percam. A própria família sofre esse impacto do mundo moderno: aumento da população, salários insuficientes, levando os pais a uma certa angústia e perda do equilíbrio emocional, pais que trabalham fora de casa, deixando a criança o dia inteiro com a babá, a vovó ou na creche. Não existe tempo, dessa forma, para aquela convivência salutar e benéfica da criança com os pais. Eu reconheço que o problema é complicado porque a sobrevivência exige essa ausência. Dentro do possível, façam todo o esforço para que seus filhos cresçam sabendo que estão sendo amados. Mesmo os casais que se separam têm o dever de mostrar isso as crianças que ficam inseguras depois da separação. Sobre este tema, meu caríssimo companheiro da Academia Brasileira de Pediatria, José Martins Filho, acaba de lançar um excelente livro denominado CRIAR, em parceiria com a psicóloga Cibele Zuchelo, onde sobre vários aspectos comenta a educação dos filhos nos tempos modernos e se preocupa com o futuro das crianças nascidas atualmente. Goeth há muitos anos já dizia: “As crianças cresceriam felizes se os pais assim o fossem”. Tenham certeza - o ambiente de felicidade que vive uma criança, quer seja numa choupana ou num palácio, é o responsável por um adulto feliz.