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Nº 5692
Opinião

Uma proposta alternativa ao Sistema de bandeiras

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Por Sebastião Ventura Pereira da Paixão Jr. - advogado | Edição do dia 14/05/2021 - Matéria atualizada em 14/05/2021 às 04h00

A polêmica sobre o retorno das aulas marca um ponto de saturação do chamado “Sistema de Bandeiras”. Aqui, não nos cabe julgar o passado, mas simplesmente, através do salutar exercício da razão pensante, propor uma política pública aprimorada com vistas a ofertar melhores resultados à luz dos complexos desafios da vida contemporânea.

Sem cortinas, o Sistema de Bandeiras, ao se pautar preponderantemente pelo número de leitos hospitalares, acabou por gerar um critério reativo, na qual o alarme dispara quando o ladrão já está dentro da casa, promovendo danos irreversíveis à saúde pública. Logo, precisamos mudar a abordagem, criando um método preventivo, capaz de proporcionar certa antevisão do comportamento patológico para, ato contínuo, possibilitar a calibragem ou focalização de medidas restritivas eventuais, evitando-se, ao máximo, fechamentos generalizados de alto impacto negativo.

Mas como fazer isso? Ora, ao invés de negar o problema, precisamos impor uma pauta colaborativa, unindo o poder público e a iniciativa privada no enfrentamento da questão. Criado o ambiente integrador, é preciso inaugurar uma decidida política de testagem massiva em clusters estratégicos (shopping centers, escolas, supermercados, rodoviárias, etc) que gerarão dados reais sobre variáveis epidemiológicas correntes, possibilitando o imediato isolamento e rastreamento dos casos positivos.

No importante estudo Roadmap to Responsibly Reopen America, a inteligência superior do Professor Paul Romer é categórica ao afirmar que “a testagem em massa é a opção mais viável para enfrentar a crise econômica e de saúde que encaramos atualmente”. Mesmo com índices crescentes de vacinação, precisamos estabelecer a testagem recorrente como um investimento público necessário, especialmente face ao risco de mutações virais incontroláveis. O investimento sério na geração de dados quantitativos possibilitará o desenvolvimento qualitativo da ciência e, consequentemente, maior eficiência e assertividade das decisões governamentais. Justamente por prezar a vida, a saúde dos negócios e o futuro de nossas crianças, precisamos investir em testagem massiva com inteligência crítica sobre os dados a serem consolidados.

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