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Opinião

Educação e tecnologia: desafios e tendências

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Por Joaldo Diniz - Diretor Executivo de Inovação e Serviços do Grupo Ser Educacional | Edição do dia 10/06/2021 - Matéria atualizada em 10/06/2021 às 04h00

O setor de educação vive um momento instigante. Com a pandemia, todo mundo fez o possível para se adaptar. No ensino privado, com mais recursos, houve uma corrida para preservar as atividades com a estruturação, relativamente rápida, de ambientes de aprendizagem online ou outras aplicações colaborativas.

A regra geral foi acelerar a digitalização, em um movimento sem precedentes em nível global. Um exemplo é um dado da Microsoft. Em abril de 2020, passado um mês da eclosão da pandemia, mais de 183.000 instituições de ensino já usavam a plataforma Teams. Na ocasião, o próprio CEO da empresa, Satya Nadella, dissera que a Microsoft tinha visto uma transformação digital inicialmente prevista para acontecer em dois anos sendo acelerada para apenas dois meses. Também nos Estados Unidos, em 2020, o número de laptops e tablets enviados para escolas primárias e secundárias quase dobrou -- de 14 milhões para 26,7 milhões, de acordo com dados da Futuresource Consulting, uma empresa de pesquisa de mercado da Grã-Bretanha. No Brasil, embora essa jornada de transformação não possa ser comparada – em termos de volume – a de países mais avançados, o movimento foi similar em rapidez, especialmente no ensino privado, capaz de decisões mais ágeis. Sem poder abrir as portas, muitas instituições foram à luta e conseguiram manter as atividades de ensino e aprendizagem empregando ambientes virtuais, via videoconferência e outros aplicativos de aprendizagem. A jornada transformacional, no entanto, não deve se limitar a uma mera adaptação de ferramentas tecnológicas ou do treinamento de gestores e professores para essa realidade. Quem saiu na frente, antes mesmo da pandemia, estava desenhando esse salto do modelo educacional do analógico para o digital. Tem sido necessário repensar metodologias educacionais para promover engajamento e melhor experiência para o estudante. O ensino digital, afinal, não pode ser uma mera transposição da lousa para a tela do notebook. Não há dúvidas de que o ensino jamais voltará a ser 100% presencial, mesmo quando passada a pandemia, como todos nós esperamos. No nosso entendimento, a tendência mais forte, assim que for possível retomar plenamente e com segurança as atividades presenciais, é o ensino híbrido. Significa, em uma definição simples, combinar o melhor dos ambientes virtual e presencial, ou seja – as já conhecidas vantagens de estudar em casa com os inquestionáveis benefícios de ir à faculdade (laboratórios, para ficar em um único exemplo). Não é mais cabível encaixotar o ensino num modelo anacrônico. Só assim as instituições serão capazes de fomentar um desejável senso de empreendedorismo e de adquirir os conhecimentos técnicos e comportamentais tão procurados nos profissionais de hoje: versatilidade, desejo infatigável de aprender e inteligência emocional para lidar com os desafios desse mundo tão imprevisível.

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