Pre�os incendiados
Novamente o Brasil vence mais um recorde, desta vez internacional, e infelizmente alcança mais uma marca negativa. O preço da gasolina no Brasil ultrapassou a cotação internacional do combustível depois do último aumento patrocinado pelo governo FHC. Ga
Por | Edição do dia 12/04/2002 - Matéria atualizada em 12/04/2002 às 00h00
Novamente o Brasil vence mais um recorde, desta vez internacional, e infelizmente alcança mais uma marca negativa. O preço da gasolina no Brasil ultrapassou a cotação internacional do combustível depois do último aumento patrocinado pelo governo FHC. Gasolina, óleo diesel e GLP estão acima do preço-padrão internacional praticado nos países mais e nos menos desenvolvidos. A explicação para esta distorção está na (in)competência do governo federal. Naturalmente, avaliando a si mesmo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) vaticinou que não existiram situações de abuso nem situações de predação. A frase exemplar foi proferida pelo diretor da ANP, Luís Augusto Horta (segundo a Agência Estado). O sapiente executivo governamental foi mais além e garantiu que estamos acompanhando os preços. Pois é. A tal da ANP, ao acompanhar os preços ascendentes, não lhes notou efeitos ou causas predatórias. Certamente, por olhar tanto para cima, acompanhando os estratosféricos aumentos, os diretores da ANP tenham se esquecido de mirar mais embaixo, em nível do povo, em nível da produção brasileira. Se olhassem para essa base real, tais agentes nacionais do petróleo descobririam, sem maiores esforços de pesquisa, as situações de abuso e a predação, ou melhor, depredação da economia popular. Os aumentos constantes (não apenas esses últimos) dos combustíveis têm abusado da paciência da cidadania. Impunes, pulam a seu bel prazer, indiferentes aos prejuízos causados a uma economia onde os combustíveis com origem no petróleo ainda são a base de movimentação. Das feiras ao fogão de cozinha, tudo se move apoiado nesses derivados do petróleo. E esses senhores não vêem, nem percebem que estão agindo como predadores da economia popular, apesar das mágicas dos índices governamentais? Com o combustível mais caro do mundo, o Brasil dá mais um passo atrás, renegando o almejado desenvolvimento.