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Nº 5822
Opinião

ARMADILHA DO DESENVOLVIMENTO

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Por Editorial | Edição do dia 23/06/2021 - Matéria atualizada em 23/06/2021 às 04h00

Relatório divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) alerta que a desigualdade e o baixo crescimento econômico colocaram o Brasil e outros países da América Latina e do Caribe em uma "armadilha do desenvolvimento. Segundo o programa da ONU, para sair dessa armadilha, é preciso investir em melhores políticas sociais, aumentar os esforços para reduzir a concentração de renda e de poder e combater a violência.

Entre os países latino-americanos, Chile, México e Brasil têm a maior concentração de renda: os 10% mais ricos de cada país são responsáveis por cerca de 57% da renda nacional. A concentração de renda nesses países “é persistentemente alta” e tem aumentado ao longo dos anos, registra o documento da ONU. O documento ressalta que a chegada da crise sanitária do coronavírus pesou mais fortemente sobre aqueles que já eram deixados para trás, ampliando as desigualdades ao longo de 2020 e 2021. A perda de renda se deu em maior intensidade sobre os mais pobres, especialmente os informais. Não é de hoje que o Brasil ocupa os primeiros lugares no quesito concentração de renda. A pandemia escancarou, mais uma vez, esse quadro. Durante a primeira onda do coronavírus, no ano passado, mais de 30% da população teve de ser socorrida com um auxílio emergencial aprovado pelo Congresso. Trata-se de um contingente de mais de 60 milhões de pessoas. Com o recrudescimento da pandemia este ano, a área econômica do governo foi obrigada a conceder um novo auxílio emergencial, porém com valor menor e beneficiando menos pessoas. Vários especialistas sugerem que o melhor caminho para combater essa desigualdade seria a implementação de um programa de renda básica, uma forma aperfeiçoada do Bolsa Família. Isso depende de um bom diagnóstico de todos os programas atuais. Entretanto, paralelamente é preciso melhor controle e eficiência nos gastos públicos, de modo a liberar recursos para esse investimento social. Isso só é possível com a geração de empregos e o fortalecimento da economia.

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