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Nº 5759
Opinião

LENTA RECUPERAÇÃO

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Por Editorial | Edição do dia 19/01/2022 - Matéria atualizada em 19/01/2022 às 04h00

Relatório divulgado esta semana pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para o impacto global da pandemia de Covid-19 no emprego e prevê recuperação lenta e incerta dos mercados de trabalho. De acordo com o documento, a pandemia, que dominou a economia mundial pelo segundo ano consecutivo em 2021, impediu a recuperação plena e equilibrada dos mercados de trabalho.

Estima-se que o desemprego global permaneça acima dos níveis anteriores à pandemia até, pelo menos, 2023. Em nenhuma das regiões do mundo, os principais indicadores do mercado de trabalho voltaram aos níveis anteriores à pandemia. O relatório mostra ainda que a perda de empregos e a redução da jornada de trabalho levaram ao declínio da renda. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a falta de sistemas de proteção social abrangentes que possam fornecer benefícios adequados para estabilizar a renda agravou dificuldades financeiras das famílias que já eram economicamente vulneráveis, com efeitos em cascata sobre a saúde e a nutrição. O fato é que milhões de pessoas também abandonaram de forma significativa o mercado de trabalho durante o pico da pandemia e não estão mais buscando emprego. Antes da crise sanitária, 62,2% dos brasileiros estavam no mercado de trabalho. Em 2020, a taxa caiu para 57,3% e, agora, continua abaixo dos índices de 2019, com 59%. De acordo com o relatório, é provável que os prejuízos resultantes de tal situação exijam anos para ser reparados, com potenciais consequências a longo prazo para a participação no trabalho, nos rendimentos familiares e, possivelmente, na coesão social e política. O maior impacto da crise no emprego das mulheres deverá manter-se nos próximos anos, diz ainda a OIT. O relatório resume ainda recomendações de políticas para que a recuperação da crise seja plenamente inclusiva e centrada no ser humano, tanto em nível nacional quanto internacional. Ou seja, enquanto a economia não se recuperar, será necessário reforçar as políticas sociais e socorrer principalmente as famílias mais vulneráveis, que foram ainda mais afetadas pelos efeitos econômicos da pandemia.

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