OPINIÃO
Os animais e o meio-ambiente
.

No mês de junho, mais precisamente no dia 05, comemora-se o Dia Mundial do Meio ambiente. A grande indagação sobre esta data é: temos mesmo o que comemorar? Me parece difícil encontramos motivos para ficarmos otimistas quanto a preservação do nosso meio-ambiente, diante de um cenário tão adverso e desfavorável para a um planeta que não se preocupa em ter sua natureza salvaguardada da ambição, inurbanidade e depreciação, da chamada “civilização”. Aliás, outra pergunta que nós leva a uma reflexão é: que civilização é essa que não se preocupa em cuidar da sua própria casa? Esta pergunta talvez esteja na essência da encíclica papal “Laudato Si”, do Papa Francisco, no qual fala sobre os cuidados que temos que ter em cuidar da “casa comum”, no caso, o planeta terra. A encíclica é uma critica do sumo pontífice ao consumismo e a falta de um desenvolvimento sustentável.
Quando externamos nossas preocupações ambientais, estamos falando da falta de sustentabilidade no crescimento econômico do modelo de capitalismo predador dominante que temos no mundo atualmente, onde o objetivo do lucro está acima da necessidade de resguardar os sete biomas fundamentais para a existência humana: as tundras, taigas, florestas temperadas, florestas tropicais, savanas e desertos e dos principais biomas brasileiros, que são a Amazônia, o Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa. É neste cenário que o homem habita e sobrevive. Com as nossas agressões sistemáticas a natureza, estamos observando um desequilíbrio, que fatalmente levará cada vez mais o mundo a beira do abismo. No clássico de ficção científica apocalíptica(será?) “O Dia Depois de Amanhã”, de 2004, dirigido por Roland Emmerich, este tema é tratado com impressionante realismo de um destino devastador para a humanidade. Neste contexto a fauna tem um papel fundamental no equilíbrio e na manutenção dos ecossistemas existentes, em que os animais têm papel preponderante na preservação ambiental, pois eles estão entre os principais fatores de dispersão de sementes entre as árvores, controle populacional de espécimes e até de produção de medicamentos para muita doenças que acometem os humanos. Existem estudos científicos que demostram que as abelhas são fundamentais para a preservação da próprio gênero humano, pois este pequeno inseto, na busca do seu alimento, o pólen, é responsável pela polinização de 80% das plantas fundamentais para a agricultura e alimentação mundial, a exemplo de frutas , legumes e grãos. Se as abelhas desaparecerem do planeta, a humanidade em um prazo de apenas quatro anos estará diante de um grande desafio para sua manutenção como espécie.
Desculpem a franqueza, mas chego a sorrir da arrogância antropocêntrica de alguns, que entendem que a defesa e proteção dos animais é uma agenda menor e não como “sendo uma das mais importantes e urgentes do país”. O que é a desinformação, inclusive dos que têm veleidades intelectuais. Mal sabe o idiota, que quando uma abelha poliniza um flor no cerrado, está ajudando na preservação do Rio São Francisco. Na natureza tudo está conectado. Vivemos em um mundo onde as mudanças climáticas se dão com uma velocidade impressionante, e assistimos impassíveis ao desmatamento, a desertificação, a poluição da água e do ar, ao aquecimento global e efeito estufa, chuvas ácidas e a extinção eminente de 24 mil espécies animais, segundo a IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza. Por tudo isso, é bom que o homem fique bem esperto quanto ao seu futuro. Como diria o grande poeta espanhol andaluz Federico Garcia Lorca, “verde que te quero verde”.