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CRISE HÍDRICA

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Análise de imagens de satélite feitas pela equipe do MapBiomas mostra que o Brasil – que possui 12% das reservas de água doce do planeta – perdeu 15% da superfície de água desde o começo dos anos 1990. Entre as causas estão uso da terra, construção de barragens, poluição e uso excessivo dos recursos hídricos e as mudanças climáticas.

Os dados indicam uma clara tendência de perda de superfície de água em 8 das 12 regiões hidrográficas – em todos os biomas do País. Em 1991, a superfície coberta por água do Brasil era de 19,7 milhões de hectares. Já no ano passado, diminuiu para 16,6 milhões de hectares. Além disso, o Brasil vive o pior índice de chuvas dos últimos 91 anos e se prepara para atravessar uma das piores crises hídricas e energéticas. Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste chegaram ao fim de julho com o armazenamento médio mais baixo de toda a série histórica disponibilizada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – que teve início em 2000. São números piores do que os de julho de 2001, ano em que o País enfrentou um racionamento de energia, que obrigou consumidores residenciais, comerciais e industriais a restringir o consumo. Segundo os especialistas, vários pontos de maior redução da superfície da água estão próximos a fronteiras agrícolas, o que sugere que o aumento do consumo, construção de pequenas represas em fazendas, que provoca assoreamento e fragmentação da rede de drenagem e que vem junto com o desmatamento e aumento de temperatura, são fatores que podem explicar a diminuição da superfície da água no Brasil. Também não se pode ignorar aumento de temperatura global de 1,5º C, com contribuição significativa pelas ações humanas, de acordo com relatório recente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC). Esse fenômeno pode estar contribuindo para o processo de redução de superfície de água no Brasil, combinado. O diagnóstico dos especialistas é claro: se o Brasil não implantar a gestão e uso sustentável dos recursos hídricos, levando em conta as diferentes características regionais, não conseguirá atingir as metas de desenvolvimento sustentável.

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