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A era do calor

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Já ouvimos falar muito da Era do Gelo, que são períodos glaciais intermitentes que se precipitam sobre o planeta terra ao longo de toda sua existência. A humanidade já enfrentou vários desses ciclos de congelamento mundial, em intervalos geológicos caracterizados por uma drástica diminuição da temperatura na atmosfera terrestre. As consequências desta diminuição da temperatura, se refletem diretamente sobre a superfície planetária, alterando todas as formas conhecidas de vida existentes. As também chamadas Idades do Gelo, vêm ocorrendo em um período correspondente entre, pelo menos, 2 milhões e 150 mil anos. A sobrevivência da espécie humana neste contexto de extremo de frio, torna-se extraordinariamente difícil e adversa. Um bom filme que retrata este momento é, precisamente, a animação digital infantil Era do Gelo 2 - O Degelo, de 2006, uma mistura de comédia e aventura, dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, que retrata as consequências do aquecimento global.

E é exatamente sobre o aquecimento global, que gostaria de discorrer, como um alerta para as consequências do aumento sistemático das temperaturas médias do globo terrestre, sobretudo em relação às temperaturas no período pré-industrial. A humanidade está para enfrentar um dos seus maiores desafios históricos nas próximas décadas, com o fenômeno do superaquecimento e o efeito estufa em nosso planeta, que coloca em risco a sobrevivência da espécie humana e muitas outras formas de vida. Infelizmente, o modelo de desenvolvimento econômico hegemônico e predominante nos países atualmente, é a pior versão do capitalismo, desde que este se consolidou, que vem a ser o neoliberalismo, um capitalismo predador por vocação, que destroe o meio-ambiente e tudo que for necessário, na busca desenfreada pelo lucro das corporações. Enquanto não desenvolvermos a consciência de um modelo de crescimento baseado na sustentabilidade, o mundo andará à passos largos para a autodestruição. É lamentável constatamos que é assim que está caminhando a humanidade. O relatório do IPCC - Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas, em painel preparatório da ONU sobre o clima para a próxima Cooperação das Partes COP26, que se realizará em novembro próximo, em Glasgow, traz a uma alarmante conclusão, de que o mundo está muito próximo de um perigosíssimo aquecimento global, provocado exclusivamente pela ação do homem. O relatório assegura que, caso fracassem as novas tentativas de limitar os combustíveis fósseis lançados na atmosfera, a humanidade corre sérios risco, que poderão levar inclusive a sua extinção. Estamos falando aqui, do que denomino de uma nova “Era do Calor”, com a possibilidade de um aquecimento que poderá aumentar, conforme o estabelecido pelo Acordo de Paris, em até 2°C, as temperaturas médias da Terra, provocando uma onda de catástrofes naturais, desde a desertificação de imensas áreas continentais, passando por maremotos e furacões de proporções gigantescas em vastas regiões. Segundo o Secretário Geral da ONU Antonio Guterres, que tive a honra de conhecer quando primeiro-ministro de Portugal e eu secretário extraordinário para relações com a CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa da Prefeitura do Rio de Janeiro, “este relatório deve soar como uma sentença de morte para o carvão e combustíveis fósseis, antes que destruam nosso planeta”. Segundo um outro relatório, este do PNUMA - Programa das Nações Unidas Para o Meio-ambiente, se não nos adaptarmos urgentemente as necessidades climáticas, muitas nações, particularmente as mais pobres, pagarão um alto preço pela negligência dos países mais ricos, os maiores emissores de poluição na atmosfera. É chegada a hora de repensarmos que mundo queremos, ou, sem sermos egoístas, que mundo queremos para as próximas gerações.

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