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Nº 5692
Opinião

PATRIMÔNIO DO PAÍS

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Por Editorial | Edição do dia 21/09/2021 - Matéria atualizada em 21/09/2021 às 04h00

No último domingo, o Sistema Único de Saúde completou 31 anos de implementação. Foi no dia 19 de setembro de 1990 que o então presidente Fernando Collor sancionou a Lei 8080, que implementou o SUS, tirando do papel o mandamento constitucional de que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Três meses depois, a Lei 8142 organizou a participação da comunidade e disciplinou o Fundo Nacional de Saúde, que garantiu a integração de usuários e gestores em todos os níveis e permitiu melhor sintonia com a população e maior agilidade e flexibilidade no atendimento.

Desde então, o SUS se consolidou como o maior sistema de saúde pública de todo o mundo democrático. Ao longo da pandemia, ele foi fundamental no atendimento das pessoas contaminadas pela Covid-19 e agora na vacinação. Para muitas pessoas, a imagem do SUS é apenas a dos hospitais lotados, filas enormes para marcação de consultas e exames e falta de estrutura nas unidades de saúde. Esses problemas existem de fato, mas há muitos aspectos do sistema que passam despercebidos pela população. Basta lembrar que o Brasil tem o maior sistema público de transplantes do mundo. Mais de 95% das cirurgias de transplante de órgãos são realizadas pelo SUS, que oferece assistência do início ao fim do procedimento. Outros serviços oferecidos são testes e tratamento de HIV/Aids, fornecimento de insulina e seringas para pacientes com diabetes, cirurgia de mudança de sexo, tratamento completo de câncer e doenças raras. Apesar de sua importância e dimensão, o SUS sofre com o histórico problema do subfinanciamento. Desde sua criação, a participação do governo federal tem diminuído, enquanto a sobrecarga nos cofres públicos municipais aumentou. Mesmo assim, os números são gigantescos. O Brasil conta com 45 mil Equipes de Saúde da Família que atuam em 40 mil Unidades Básicas de Saúde, 4.700 hospitais públicos ou conveniados e 32 mil leitos de UTI. Em um ano, são cerca de 300 milhões de visitas domiciliares e 3,7 bilhões de atendimentos ambulatoriais. O SUS é patrimônio do povo brasileiro e precisa ser valorizado, aperfeiçoado e ampliado.

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