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Nº 5833
Opinião

Balan�o da mis�ria

Entre as matérias publicadas ontem pela nossa GAZETA, uma é merecedora de maiores atenções em vários aspectos, por trazer informações procedentes de Brasília com os números do balanço de um ano do Bolsa-Escola apresentados pelo próprio governo. E o pior:

Por | Edição do dia 13/04/2002 - Matéria atualizada em 13/04/2002 às 00h00

Entre as matérias publicadas ontem pela nossa GAZETA, uma é merecedora de maiores atenções em vários aspectos, por trazer informações procedentes de Brasília com os números do balanço de um ano do Bolsa-Escola apresentados pelo próprio governo. E o pior: a declaração do secretário nacional do programa, Floriano Pesaro, de que está faltando dinheiro para atender a mais 2,3 milhões de alunos do ensino fundamental em todo o País. As crianças ameaçadas de ficar de fora do Bolsa-Escola são de famílias com renda per capita de até R$ 90,00. Têm entre 6 e 15 anos e estão em iguais ou em pior situação das 8,4 milhões que, de acordo com os dados do Ministério da Educação (MEC), vêm sendo atendidas através do programa mantido com recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. Pelo levantamento agora divulgado do Bolsa-Escola, que destina o máximo de R$ 45,00 por mês para a família contemplada, a população assistida vive com menos dinheiro do que esperava, pois 39% das famílias têm renda per capita mensal de até R$ 18,00, e outras 34% têm renda entre R$ 18,01 e R$ 36,00. Há uma estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostra 5,8 milhões de famílias nestas deploráveis condições em todo o País. Mesmo para o MEC, o Brasil tem mais de 10 milhões de meninos e meninas que poderiam ser contempladas pelo Bolsa-Escola, cuja situação o governo revela à nação como bastante difícil. Justamente quando ele se empenha para o Congresso aprovar mais um novo período para a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Resta saber se os novos recursos gerados pelo “imposto do cheque”, criado para acabar com a escassez crônica de recursos na área da saúde pública, serão efetivamente aplicados no combate das principais causas das desigualdades sociais. Essas mazelas, que persistem cada vez mais assustadoras, como sabemos, não serão combatidas de forma adequada sem prioridades de verdade para o social, sem projetos mais abrangentes e suficientes para produzir resultados duradouros.

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