Opinião
ALENTO
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De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 13,7% no trimestre que se encerrou em julho. No segundo trimestre, a taxa de desemprego havia desacelerado para 14,1% ante o período imediatamente anterior.
A queda na taxa é explicada pelo IBGE pelo aumento no número de pessoas ocupadas, que avançou 3,6% de um trimestre móvel para outro, o equivalente a 3,1 milhões de pessoas a mais, o que leva o contingente a 89 milhões. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,7 ponto percentual, a 50,2%, ficando acima de 50% pela primeira vez desde o trimestre encerrado em abril de 2020. Isso significa que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no País. A pesquisa registrou ainda um aumento no emprego com carteira assinada no setor privado de 3,5%, o que corresponde a 1 milhão de trabalhadores, levando o montante a 30,6 milhões no trimestre até julho. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente aumentou 4,2%. Trata-se do primeiro aumento no emprego com carteira, desde janeiro de 2020, na comparação anual. Não há dúvida de que os números trazem um alento e mostram uma tendência de recuperação da economia, afetada duramente pela pandemia do novo coronavírus. Entretanto, o País ainda conta com 14,1 milhões de desempregados. Além disso, a massa de crescimento não acompanhou a expansão do trabalho, devido ao fato de a população ocupada estar sendo remunerada com rendimentos menores. É preciso ressaltar que, no trimestre analisado, o número de trabalhadores por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas. Na comparação com o trimestre encerrado em abril, o aumento foi de 4,7%. Essa é a forma de inserção no mercado de trabalho que mais vem crescendo nos últimos trimestres. Portanto, os números mostram que o mercado de trabalho continua com dificuldades, mas há motivo para acreditar numa trajetória positiva a partir de agora.