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Opinião

PREÇOS NAS ALTURAS

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Por Editorial | Edição do dia 20/10/2021 - Matéria atualizada em 20/10/2021 às 04h00

Nos últimos meses, os consumidores têm percebido no bolso um aumento generalizado de preços, principalmente de combustíveis e alimentos. Engana-se, porém, quem pensa que se trata de um problema enfrentado somente pelo Brasil. Segundo estudo do Fundo Monetário Internacional, a inflação é um problema global.

Quase todos os países passaram a lidar com uma alta de preços mais intensa neste ano. Com a retomada da economia, depois de superada a fase mais aguda da pandemia, a cotação das commodities subiu e se somou ao desarranjo nas cadeias de produção – a crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. Essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos em todo o mundo. O fato é que o mundo está se recuperando mais rapidamente por causa dos estímulos fiscais adotados pelas grandes economias, entretanto o efeito colateral desse aquecimento rápido é uma busca muito grande por recursos de commodities, como petróleo e carvão, com consequente aumento dos preços. No caso do Brasil, porém, a situação parece mais grave. Os dados mostram que o patamar de inflação por aqui supera – em muito – o visto na maior parte do exterior e traz de volta o velho fantasma do descontrole de preços vividos pelo País nas décadas de 1980 e 1990. A estimativa do FMI é a que a inflação brasileira encerre o ano em 7,9%. Segundo especialistas, o que agrava a situação do Brasil é a nossa moeda, que segue desvalorizando mais do que a média das outras divisas. Apesar de estarmos exportando cada vez mais, a entrada de dólares não está sendo suficiente para fortalecer o real. O País também lida com uma forte alta dos preços da energia elétrica por causa da escassez hídrica. É preciso que a equipe econômica dê respostas concretas para diminuir as incertezas nas áreas fiscal e política e assim reverter esse quadro de desvalorização da moeda, que terá efeitos em toda a cadeia produtiva. A inflação penaliza principalmente os mais pobres, que já sofrem normalmente com a dificuldade de acesso aos itens básicos. Combatê-la deve ter prioridade absoluta.

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