Opinião
PODER TRANSFORMADOR
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Pesquisa realizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que adolescentes e jovens brasileiros (de 15 a 24 anos) estão menos otimistas sobre o futuro do que as pessoas da mesma faixa etária de outros 20 países pesquisados, mas o grupo brasileiro acredita mais no poder da educação para mudar a realidade.
Nos 21 países analisados, incluindo o Brasil, adolescentes e jovens, na média, mostraram-se mais propensos do que os adultos a acreditar em um futuro melhor. Ao serem perguntados se o mundo está se tornando um lugar melhor para cada nova geração, 57% deles disseram que sim, ante 39% dos adultos. O Unicef ressalta que não faltam motivos para o pessimismo no mundo de hoje. Entre eles estão a mudança climática, pandemia, pobreza e desigualdade, aumento da desconfiança e crescimento do nacionalismo. Em comparação com as gerações mais velhas, adolescentes e jovens do mundo permanecem esperançosos, com uma mentalidade muito mais global e determinados a tornar o mundo um lugar melhor. De acordo com o Unicef, os brasileiros estão entre os que mais acreditam que a qualidade da educação melhorou na última geração. O Brasil é, também, o segundo país que mais acredita no poder da educação para a transformação social. Mais da metade dos adolescentes e jovens brasileiros (59%) e dois terços dos adultos (74%) citam a educação como o principal fator para o sucesso. Não há dúvida de que problemas econômicos, aumento da violência e, mais recentemente, a pandemia, têm causado uma situação de desalento na população, provocando danos também à saúde mental. Crianças e adolescentes são igualmente afetadas. Não deixa de ser motivo de alegria e esperança, porém, ver que os jovens acreditam no poder transformador da educação.Nas últimas décadas, a educação brasileira registrou muitos avanços, sobretudo na universalização do ensino. Entretanto, a qualidade ainda não acompanhou a quantidade. É preciso mais investimentos em estrutura das escolas, qualificação e valorização dos professores para que, de fato, a educação possa alavancar o potencial dos nossos jovens.