Opinião
Saneamento
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Estudo do Instituto Trata Brasil mostra que mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada em todo o País. Além disso, 100 milhões não têm coleta de esgoto. Ao mesmo tempo, apenas 50% do esgoto é tratado no Brasil -- o que significa que mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza todos os dias. Ainda segundo o estudo, nove capitais brasileiras figuram na lanterna do ranking de saneamento básico.
O Brasil assumiu a meta de universalizar os serviços de água e esgoto até o fim de 2033, mas ainda falta muito para atingir esse patamar. Apesar das deficiências, entretanto, não se pode deixar de ressaltar que o Brasil vem melhorando nesse aspecto nos últimos anos, mesmo com pequenos passos. De 2019 para 2020, o País registrou expansão de 7% nas redes de abastecimento de água e de 2,3% nas de esgotamento sanitário. Os indicadores de abastecimento de água incluíram 5.350 municípios; de esgotamento sanitário, 4.774; de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, 4.589; e de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, 4.107. De acordo com o levantamento, feito com base em números de 2020, o Brasil alcançou, em áreas urbanas, 728 mil quilômetros de extensão de cobertura das redes de água potável, o que significa um aumento de 47,6 mil quilômetros em relação a 2019. As ligações às redes avançaram de 59,1 milhões para 61,7 milhões (4,4%) e o consumo médio de água caiu de 153,9 litros diários por habitante para 152,1. Com o aumento das ligações às redes de abastecimento de água, a cobertura do serviço alcançou 175,5 milhões de habitantes (84,1% da população brasileira). Já na área urbana, 166 milhões de pessoas (93,4% da população urbana do País) têm acesso aos serviços. O saneamento básico é um serviço que reflete diretamente na vida das pessoas e tem reflexo positivos em áreas como educação, turismo e saúde. É preciso que haja investimentos, tanto públicos quanto privados, num volume que atenda às necessidades reais do País.