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Nº 5694
Opinião

Trajetória de um vencedor

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Por Editorial | Edição do dia 04/12/2021 - Matéria atualizada em 04/12/2021 às 04h00

O Instituto Arnon de Mello, ainda no transcurso dos 110 anos do nascimento de seu Patrono, prossegue na jornada de divulgação do ideário do jornalista, do homem público de visão cristalina e do político, que se consagrou nas urnas, no histórico pleito de 1950, quando venceu a disputa ao governo do Estado, aos 39 anos, chegando ao Palácio nos braços do povo.

Ao concluir seu mandato de governador, em 1956, Arnon de Mello deixou marcas de um realizador e de avanços pioneiros no campo da infraestrutura. É o caso da rodovia que liga Maceió a Palmeira dos Índios, que entrou para a história como a primeira asfaltada por iniciativa do Estado. A marca do empreendedor também se fez presente na fundação da Organização Arnon de Mello, o maior complexo de comunicação do Estado, tendo a Gazeta como pioneira, fundada em 1934. “Arnon escreveu parte da história de Alagoas e a Gazeta se tornou uma organização que trabalha em função da sociedade”, afirmou Milton Hênio, decano do Conselho Estratégico da OAM. Nesta justa homenagem, destaque para o jornalista, cuja vocação já aflorava na época em que era aluno interno do Ginásio de Maceió, onde confeccionava o Eco, jornalzinho infantil feito à mão. Com apenas vinte e um anos, já repórter destacado dos Diários Associados, recebe a missão de viajar a São Paulo num trem que leva militares ao combate, em 1932. Arnon de Mello acompanha as tropas, registra as estratégias, as decisões políticas e o repúdio ao cerceamento imposto. Era a “revolução constitucionalista” contra o governo provisório de Getúlio Vargas Arnon redigiu um diário, que resultaria no livro “São Paulo venceu!”, publicado em 1933. Como correspondente de guerra, descreveu com talento a luta dos paulistas contra o governo de Getúlio. Sobre o livro, lançado pelo jovem e talentoso repórter, o jornalista Costa Rego, que foi governador de Alagoas, afirmou: “É realmente uma descrição minuciosa de tudo que o autor nos faz. A narração empolga, pois Arnon de Mello não é só um repórter, mas um escritor que se firma”. Jornalista, escritor e desembargador, Antonio Sapucaia, falecido em 2019, deixou um depoimento acerca de Arnon de Mello, com quem conviveu no jornalismo: “quando ele chegava de Brasília, no exercício do mandato de senador, ia diretamente para a redação da Gazeta, e, livrando-se apenas do paletó, procurava inteirar-se de tudo. Era lutador incansável que conseguia manter acesa a chama do idealismo”. Saudoso professor Ib Gatto Falcão, que foi presidente da Academia Alagoana de Letras, secretário da Saúde do Estado e dirigente do setor educacional no governo Arnon de Mello, quando nasceu o antigo Cepa, em Maceió, assim o qualificou: “Político, jornalista e literato com incursões por atividades empresariais. Esta atividade plural o fortaleceu na vida pública e social, levando-o ainda jovem à governança de Alagoas”. O menino nascido no Engenho Cachoeirinha, nono de uma prole de onze filhos do senhor Manoel Affonso e de dona Lúcia Mello, atirou-se na luta pela sobrevivência ainda muito cedo. Determinado, superou os obstáculos impostos pelos desafios da vida e tornou-se um vencedor.

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