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quarta-feira, 25/06/2025 | Ano | Nº 5996
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Opinião

A IMPORTÂNCIA DOS DENTES EM MINHA VIDA

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Outro dia, ao aguardar atendimento odontológico, ouvi o filosofar de uma jovem senhora explicando o porquê as amizades e os dentes muito se assemelharem. Dizia ela:

“Inicialmente quando aparecem ainda na idade infantil, representam motivo de festa, não são duradouros, logo os perdemos, mas alguns merecem tanta atenção que são guardados como recordação. Na adolescência somos descontentes com os que possuímos e então utilizando aparelhos ortodônticos, buscamos endireitá-los para nos oferecer uma melhor feição. Quando jovem nascem os permanentes, extraí-los traz prejuízo enorme, pois até o sorriso fica afetado. Então surgem os implantes, nem sempre duradouros.” Meditando sobre os dizeres da tagarela dama, recordei a minha própria vida verificando ainda serem doces e saborosas as lembranças proporcionadas pelos coleguinhas da época dos dentes de leite que possuí e teimam em permanecer vivos em meu pensar. Recordo na minha meninice, quando enxergava companheiros mordendo um ao outro, enquanto gritavam: “Vou ficar de mal”, achava bem estranho, imaginava como isso poderia acontecer. Fato é que não entendia aquela fala, pois como geralmente vinham das bocas de amiguinhos, poucos minutos depois já estavam brincando normalmente como se nada houvesse acontecido. Eu mesmo jamais necessitei “ficar de bem” de ninguém. Na adolescência quando nasceram os “dentes sisos” só para causar dor de cabeça, passei a conviver com pessoas complicadas que deixavam explicito o desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade dos semelhantes, sentimento por mim interpretado como uma luta desperdiçada que arrebata o próprio vigor, impedindo momentos risonhos e até o amor. O invejoso, mesmo detentor de condição financeira estável, puxa a vida para trás, deturpa, divide, produz tormentos ativando feridas, acendendo lamentos tirando a paz e o que é pior, apesar de se achar uma estrela, nunca consegue possuir o brilho da lua. Fecho os olhos para sentir na memória a felicidade guardada no tempo, encontrando as imagens ainda bem claras dos meus colegas, tanto do Colégio Marista em Maceió, quanto de alguns nunca esquecidos de Caicó lá no Rio Grande do Norte. Hoje devido ao avanço da tecnologia, utilizando grupos de whatsapp, apesar de possuirmos a arcada dentária formada, diariamente nos juntamos remotamente e trocamos ideias regadas a sorrisos, muita alegria, brincadeiras e grande folia. O que mais me impressiona é o fato de mesmo sendo quase todos avós, quando reunidos através daquele ambiente cibernético, enquanto o mundo gira freneticamente, voltamos à criancice falando quer seja de futebol, peteca, apelidos, paqueras, namoros inocentes ou recordações diversas, e se por motivos quase infantis brigamos ou arengamos, a amizade permanece firme como em certidão. Finalmente chegou a hora da consulta, para onde segui cada vez mais consciente de como sou feliz por haver ainda hoje conseguido preservar muitos integrantes da minha dentição primaria, representados por amigos de sempre.

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