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Longo sucesso das vacinas

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Em junho de 1927, um jovem nigeriano de 28 anos chamado Asibi adoeceu com febre. Foi atendido por médicos norte-americanos patrocinados pela Fundação Rockfeller que pesquisavam o vírus da febre amarela africana para comparar se era semelhante ao da similar americana. Numa amostra de seu sangue foi identificado o vírus, ele foi inoculado em um macaco rhesus, oriundo da Índia, pois os macacos africanos eram resistentes à febre amarela. Em alguns dias, Asibi melhorou, mas o macaco rhesus adoeceu. Em poucos dias os cientistas comemoraram o isolamento viral no sangue do primata. Pela primeira vez se conseguia proliferar o vírus da febre amarela em animais. O grupo não largou mais aquela cepa, denominada “Asibi” e partiu para pesquisar uma vacina para aquela doença que causara mais de 25 mil mortos na abertura do Canal do Panamá e era endêmica nos pântanos do Sul norte-americano. Em 1942, antes do embarque das tropas norte-americanas para o norte da África, zona endêmica da doença, 7 milhões de soldados receberam a vacina.

Na metade do século passado a ciência tinha conseguido controlar a maior parte das doenças virais transmissíveis, mas em 1952 os Estados Unidos viveram a maior epidemia de pólio de sua história. A corrida por uma vacina se tornou imperativa. O vírus da pólio era conhecido desde a antiguidade, e as pesquisas para isolar o vírus existiam desde 1938, com a criação da Fundação Rockfeller pelo presidente Roosevelt, ele mesmo um sequelado da pólio. Todavia, somente em 1949, os cientistas conseguiram descobrir a existência de três tipos do vírus causal. Jonas Salk, da Universidade de Pittsburgh, conseguiu depois de anos uma vacina que começou a ser aplicada em 1954. Em 1955 os resultados mostraram sua efetividade. Outras viroses, como as letais varíola, o Ebola, este originado na África ocidental, o sarampo, que matava 2,3 milhões de crianças ao ano e hoje está restrito a bolsões não vacinados e que ainda elimina 110 mil/ano, e a rubéola, que causava má formação congênita em 95% das gestantes que eram acometidas antes da 16ª semana da gestação, só foram controladas por vacinação em massa e persistente. A Covid-19 é uma doença nova que gera muitas mutações e, com a circulação duradoura do vírus, poderá surgir uma cepa brutalmente agressiva que escape às vacinas. Inexistem razões para, ao entrarmos no 3º ano da pandemia de Covid-19, o Ministério da Saúde permaneça obstaculizando as vacinas e indicando medicamentos comprovadamente ineficazes. As vacinas disponíveis são eficazes e seguras. A ciência avançou muito, as conseguiu em tempo recorde e as atualizará. O Brasil sempre vacinou exemplarmente a sua população, que jamais foi antivacinas. Os problemas atuais decorrem da ação negacionista do Ministério da Saúde, que despreza as orientações técnicas da Conitec, da AMB, da Anvisa, da FDA, da OMS e da comunidade científica. Com silêncio da PGR, resta unicamente o STF para garantir a vida dos brasileiros.

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