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A saudade em nossas vidas

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Amanhã, 30 de janeiro, estaremos comemorando o Dia da Saudade, este sentimento gostoso que aumenta em nossa vida à medida que vamos envelhecendo. A saudade é um registro fiel do passado. É a prova incontestável de tudo o que vivemos e que ficou impresso em nossa alma. Todos nós temos em casa objetos, fotografias, papéis que, ao tocá-los, ao vê-los, nos provoca um imensa saudade de pedaços de nossa vida. Alguns, por algum motivo, não saem de perto de nós; outros são expostos porque estão associados a lembranças de pessoas ou momentos vividos que nos tocaram bem de perto. E assim não conseguimos nos desvencilhar deles. É a saudade que não deixa que eles se separem de nós. São marcas eternas em nossa alma, cheias de saudades de momentos vividos. Não esqueço o Parque Gonçalves Lêdo no Farol, onde vivi toda minha maravilhosa infância, andando de bonde com meu avô e jogando ximbra com os amigos. Saudade imensa daqueles dias.

Diz o poeta: “Saudade palavra doce que traduz tanto amargor / Saudade é como se fosse espinho cheirando a flor”.

Na literatura vemos que a saudade é tema de muitos escritores. Nosso conterrâneo Jorge de Lima teve na recordação da sua infância o estímulo para a criação dos seus grandes poemas. Nascido em União dos Palmares, ficava sempre a recordar a cheia do riu Mundaú, a festa de Santa Madalena, as festas de Natal e toda sua infância passada naquela cidade. Cassimiro de Abreu versificou sua saudade da infância: “Oh! que saudades que eu tenho / da aurora da minha vida / da minha infância querida / que os anos não trazem mais”. Machado de Assis disse: “Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio da minha saudade”. Coelho Neto disse: “A casa da saudade chama-se memória; é uma cabana pequena a um canto do coração”. Na música, o Rock brasileiro transformou a saudade em uma de suas bandeiras. Renato Russo cantou: “Nossa saudade que eu sinto de tudo que ainda não vi”. E Tom Jobim e Vinícius de Moraes compuseram: “Chega de saudade / a realidade é que sem ela não há paz”.

Saudade rima com felicidade e eternidade. Pode ser uma saudade bem sentida, pode ser uma saudade dolorida, daquelas que nos aperta o coração. Como diz Pablo Neruda: “Saudade é sentir que existe o que não existe mais. Saudade é solidão acompanhada. Não ter por quem sentir saudades, é passar pela vida e não viver”. Se há tantas e ao mesmo tempo imprecisas definições de saudade, resta-nos apenas cultivá-la com carinho e ouvindo música, olhando fotografias, a brisa da madrugada, recordamos momentos que se foram. Saibamos viver plenamente o momento presente, pois ele será a saudosa lembrança do amanhã, a saudade que virá com certeza. O segredo de uma bela vida é sentir e viver intensamente cada momento que você guardará na memória.

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