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quarta-feira, 25/06/2025 | Ano | Nº 5996
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O emissário fujão (II)

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Prosseguimos contando a história do tramo com 168m de comprimento (bem maior que o comprido Maracanã) e 1,45m de diâmetro interno, constituído de tubos metálicos soldados entre si com quase 3 cm de espessura, protegidos por uma camada de 15 cm de concreto, que teria desaparecido preso a cabos metálicos e a dezenas de flutuadores no terminal açucareiro do Porto de Maceió, em 1987.

Muitos que não são do ramo iniciaram uma verdadeira batalha para desacreditar a obra, propagando ser a solução do emissário desaconselhada e houve até debates na Escola de Engenharia. Com a presença do Professor Occhipint defendendo seu ponto de vista e conhecimento, o debate teve pouca duração. Como Secretário de Saneamento acompanhei dois funcionários, um da Casal e outro do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas para assistirmos no Rio de Janeiro a palestras sobre saneamento que julguei necessárias a eles tomarem conhecimento. O que de melhores no meio técnico e cientifico no assunto estavam na ocasião lá, professores de Israel, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Portugal e não faltavam os americanos convidados pela ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária). Tive relativa facilidade face o seu Presidente Nacional, o Engenheiro Walter Costa ser alagoano e meu colega de Liceu. Agendei através do protocolo do Seminário uma reunião com o número Um do mundo sobre disposição de esgotos e Emissário Submarino nada mais nada menos que o engenheiro BRASCOW. A presença daquele americano no Seminário foi um sucesso e nos atendeu muito bem. Os presentes ficaram espantados quando foram cientificados que o Estado da Califórnia estava construindo mais um emissário sendo dessa vez com diâmetro de 4,00 m a fim de atender a demanda de Los Angeles. Uma obra como a do emissário não pode ficar no esquecimento! Lembramo-nos das discordâncias com técnicos da empresa construtora do píer do cais de produtos químicos quando sugerimos modificações. Atualmente observam-se erosões na praia do Sobral que não são provocadas pelas marés na zona do nosso emissário cuja superestrutura é totalmente aberta. Voltamos ao ano de 1987 e como recebemos a notícia do acidente do emissário. Noite de chuva acompanhada de fortes rajadas de ventos vindos do sul. Os mesmos que sempre açoitaram no passado a enseada de Jaraguá e para que o evitassem abrigavam os barcos do nosso ancoradouro principal para enseada de Pajuçara! Esse fenômeno muito conhecido no passado, mas relegado pela companhia de seguro fez com que muitos boatos surgissem na brincadeira! Foram dias de voos com aviões e helicópteros procurando o tramo que deixou rastros nas amuradas do cais! As correntes marítimas são predominantes na direção sul, mas procuraram também no litoral norte, de onde um pescador com sua jangada solitária, rápido o quanto pôde de medo, se afastou meses depois com receio que fosse um monstro marinho. O seguro teve seu prejuízo e, para evita-lo maior, explodiram o fujão!

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