loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
terça-feira, 01/07/2025 | Ano | Nº 6000
Maceió, AL
28° Tempo
Home > Opinião

Opinião

TRAGÉDIAS QUE SE REPETEM

.

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

O País inteiro está acompanhando as imagens terríveis dos estragos causadas pelas chuvas na região serrana do estado do Rio de Janeiro, principalmente na cidade de Petrópolis. O temporal causou inundações, enxurradas e deslizamentos. Até ontem à noite, o número de vítimas chegava a 94, incluindo duas crianças.

A tragédia acontece na mesma região onde, 11 anos atrás, ao menos 918 pessoas morreram em outra tempestade de verão, numa das maiores catástrofes do país. Isso mostra que, entre uma tragédia e outra, pouco ou nada é feito para preveni-las ou, pelo menos, reduzir seus efeitos. Dados do Perfil dos Municípios Brasileiros elaborado pelo IBGE mostram que, entre 2013 e 2017, dos 5.570 municípios brasileiros, 48,6% foram afetados por secas, 31% por alagamentos, 27,2% por enxurradas, 19,6% por processos erosivos acelerados e 15,0% por deslizamentos. Entretanto, mais da metade não apresentava nenhum instrumento voltado à prevenção de desastres. Os riscos de catástrofe, a falta de políticas preventivas e os problemas ambientais expõem a vida da população e podem exigir gastos futuros dos municípios com saúde, por exemplo. É nas cidades que os sinais de desequilíbrio ambiental estão mais próximos da população, como alagamentos de ruas, deslizamento de encostas, poluição de rios, desabastecimento de água e erosão de terrenos. Os municípios também têm de lidar diretamente com ações relacionadas a saneamento básico, coleta de lixo, escoamento de esgoto, fornecimento de água potável e drenagem dos solos. O maior desafio é o fato de que 45% das cidades brasileiras têm menos de 10 mil habitantes, o que repercute na arrecadação e afasta a possibilidade de manutenção de equipes de gestão, licenciamento e vigilância ambiental composta por engenheiros, geólogos e biólogos. Menos de quatro a cada dez cidades brasileiras têm capacidade de fiscalização. É preciso que os gestores e legisladores estejam conscientes da necessidade de executar boas práticas de desenvolvimento sustentável, conciliando o progresso com o respeito ao meio ambiente, para proporcionar o bem-estar da população.

Relacionadas