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Nossos limites

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DOM FERNANDO IÓRIO * Não deixa de haver, na vida, pessoas desatentas que causam risos por suas distrações, por seus esquecimentos, por nominarem, diferentemente, as pessoas. Mas, nem por isso deixam de ser felizes, deixam de sorrir. Até pessoas importantes, bem prendadas, intelectuais e artistas têm seus momentos de situações cômicas. Entretanto, são pessoas que dificilmente se enervam, mas riem de si mesmas, fazendo, inconscientemente, com que os outros se riam de seus fiascos. Somos limitados; por isso, devemos rir de nossas distrações, admitindo que resvalamos. Conta-se do grande cientista Einstein ter sido muito distraído. Esquecia nomes, números, compromissos. Era o maior físico e matemático do seu tempo. Descobridor da relatividade. Dizia ele que cientista algum cria leis, apenas as encontra no cosmos nas mãos de um ser supremo. Certa ocasião, perdeu-se ao redor de Princeton (Estados Unidos), nas planícies por onde costumava caminhar. Esquecendo-se do lugar onde residia, serviu-se do telefone de uma família, ligou para casa, procurando saber em que rua morava e qual o número da residência. É de estarrecer, em se tratando de Einstein! Em outro momento, em pleno meio-dia, um aluno o encontrou no caminho do Campus Universitário de Princeton, contíguo ao Centro de Pesquisas Atômicas. De repente, Einstein parou e perguntou ao universitário: ?Você pode dizer-me se eu vim pela calçada da direita ou da esquerda?? O aluno respondeu: ?Pela calçada da direita. Por que o senhor me pergunta?? Einstein respondeu: ?Então já almocei? ?Se tivesse percorrido a calçada da esquerda, é que não tinha, ainda, almoçado?. São escorregos, falhas de grandes e pequenos, de sábios e gente simples, de cientistas e homens do povo que bem revelam os limites, a finitude e a contingência do ser humano criado para as alturas, mas, por demais, limitado em suas carências e distrações. No final de contas, quanto mais nas alturas nos encontramos, tanto mais desatentos às coisas corriqueiras, ao cotidiano da vida. Seres risíveis nós o somos para nós e para os outros. Não podemos escapar de nossos limites, no tempo e no espaço. (*) É BISPO DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS

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