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Empoderamento Feminino: Não é moda, é estilo!

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Coco Chanel é sem dúvida a personagem mais elegante e revolucionária da história recente da moda, podendo ser considerada uma pioneira no que diz respeito ao empoderamento feminino.

Chanel não se identificava como feminista, embora tenha desenhado roupas que libertaram as mulheres dos sufocantes corpetes. Ela se tornou um ícone da independência feminina quando, em 1910, montou seu próprio negócio. Com suas criações, ela permitiu que as mulheres se sentissem livres e poderosas de maneira descomplicada. A moda reflete a consciência coletiva e é uma grande aliada na luta pelo empoderamento feminino. O cenário histórico sempre influenciou a moda e, com o apelo para a equidade de gênero ela manifesta o poder que tem. Nesse universo de possibilidades, a moda atua como importante veículo de expressão pessoal, mas, por outro lado, pode nos reduzir a um mero reflexo dos produtos que adquirimos. Simone Beauvoir, ao escrever o livro O Segundo Sexo (1949), elaborou uma reflexão filosófica revolucionário sobre a condição feminina: “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Questionando o papel da mulher na sociedade governada por regras machistas, Beauvoir afirmou que a independência financeira seria a única saída para que a mulher tivesse pleno domínio sobre seu corpo e sua vida. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), 75% dos 1,7 milhões de trabalhadores da indústria têxtil são mulheres. No entanto, elas representam menos de 25% das posições de liderança nas empresas do segmento. O universo da moda é divertido e inspirador, mas é também transformador. Tem ampla capacidade de gerar impactos positivos na vida das mulheres, em todas as suas etapas: criação, produção e consumo. Ademais, contribui na concepção de negócios e sociedades inclusivas. Uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor revelou que, em 2017, o Brasil registrava cerca de 5,6 milhões de empreendedoras. Entre essas mulheres, 79% possuem ensino superior e 68% trabalham em casa (muitas delas pediram demissão após o fim da licença maternidade). Recentemente, mesmo no cenário de pandemia, o número de mulheres empreendedoras já soma mais de 30 milhões no Brasil (2021), o que representa 48% do mercado empreendedor. O Brasil é o sétimo país com o maior número de empreendedoras no mundo. É indispensável o apoio e a valorização dessas mulheres, afinal, empreender ajudou cerca de 48% das mulheres a saírem de relações abusivas (IRME – 2022). A qualidade de vida das famílias em geral e a educação transformam-se positivamente com o empoderamento econômico, o que, como já previa Simone de Beauvoir, torna as mulheres menos dependentes e vulneráveis. De fato, houve um despertar de consciência ao longo dos séculos. Milhares de mulheres se fizeram luz para tantas outras e a sociedade, desde então, vem caminhando em direção a um horizonte onde as esperanças se renovam cada vez que elas abrem o armário e decidem com qual roupa vão dominar o mundo.

As mulheres dirigem. As mulheres votam. As mulheres lideram. As mulheres empreendem. São posses de si mesmas e de mais ninguém. Vestindo um terninho e salto ou apenas um jeans e uma camiseta com uma frase de efeito, elas vão em frente. E não há quem segure, porque elas não estão sozinhas. Elas são filhas, esposas, mães. Elas são mulheres vestindo o mesmo estilo.

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