loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quarta-feira, 14/05/2025 | Ano | Nº 5966
Maceió, AL
26° Tempo
Home > Opinião

Opinião

Imposi��o do tr�fico

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

GILBERTO IRINEU * A crescente ampliação e instalação de ?bocas-de-fumo? na periferia de Maceió evidencia a fragilidade dos aparelhos policiais; restringe forçadamente a circulação dos cidadãos e por conseqüência os espaços de cidadania que foram abertos pela nova Constituição; legitima a fluidez e disseminação generalizada das drogas e do tráfico, configurando-se em um ousado estado paralelo. Esta situação, por si só, é critério para medir a segurança, a moralidade, enfim, a efetivação ou a negação da Ordem Democrática. A democracia não se realiza, de fato, quando a insegurança se sobrepõe à paz social. A tranqüilidade de ordem é fruto da justiça, da punidade. Nesse con-texto, podemos afirmar que as condições de existên-cia que propiciaram essa extrema degradação pessoal e social em que se encontram tantos jovens cidadãos decorreram direta ou indiretamente das opões políticas, econômicas e sociais que orientaram nas últimas décadas a vida alagoana e que continuam refletindo nos lares das famílias do nosso Estado. Nesse sentido, muitas comunidades ribeirinhas da Lagoa Mundaú tornaram-se ?reféns do silêncio?, diante das canoas que chegam abarrotadas de maconha para abastecer as ?bocas-de-fumo?, estas, cristalizadas e mapeadas territorialmente na periferia. Entre estas, podemos evidenciar algumas ?bocas? que comumente fazem cumprir o ?toque de silêncio? como por exemplo, traficantes que circulam diuturnamente com metralhadoras nas imediações do Conjunto Frei Damião, terminal rodoviário, e reúnem seus comparsas, perto da padaria do conjunto para confabular, trocar experiências, amedrontar e recrutar novas crianças e pré-adolescentes para inserir no mercado irregular do tráfico, serem promovidos como ?mulas?, ?aviões?, ?ponteiros? e, futuramente, tornar-se um famoso traficante com a sua própria base. Nessa bocada, o que vem chamando a atenção daquela comunidade é a presença contínua de viaturas em casa de traficantes, altas horas da noite. A comunidade indefesa e insegura clama pelo desarmamento, pede às autoridades que combatam o tráfico de drogas, armas e insiste no monitoramento da venda legal das armas, que também está contribuindo para alicerçar os caminhos do crime. ?Nós não estamos armadas, os criminosos sim?, desabafa uma mãe, que perdeu o filho para os traficantes. (*) É ADVOGADO E PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - OAB

Relacionadas