Opinião
SAÚDE MENTAL
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O Ministério da Saúde lançou ontem iniciativas voltadas para o cuidado da saúde mental dos brasileiros pelo SUS. Entre elas, estão a Linha Vida (196), teleconsultas para o enfrentamento dos impactos causados pela pandemia da Covid-19 e as Linhas de Cuidado para organizar o atendimento de pacientes com ansiedade e depressão.
A Linha Vida, que atenderá pelo número 196, acolherá pessoas e fará o direcionamento, buscando a prevenção do suicídio e da automutilação. O projeto-piloto começará pelo Distrito Federal, por um sistema de atendimento multicanal.
O serviço vai funcionar 24 horas por dia, todos os dias da semana. Já o Projeto Teleconsulta apoiará, por meio de plataforma virtual, pessoas que estão lidando com os impactos na saúde mental causados pela pandemia da Covid-19.
Trata-se de uma preocupação pertinente. Durante a pandemia de Covid-19, metade dos jovens sentiu impactos na saúde mental, segundo pesquisa realizada pelo laboratório Pfizer.
Segundo o estudo, 39% das pessoas na faixa de idade entre 18 e 24 anos disse que a saúde mental ficou ruim no período e 11% responderam que ficou muito ruim. Na amostra total, 5% disseram que a saúde mental está muito ruim e 25% ruim, totalizando 30%.
Especialistas têm alertado que a pandemia contribuiu para expor um aumento dos casos de transtorno mental que já era percebido nos anos anteriores. Desde o início da pandemia, foram efetivamente diagnosticados com ansiedade 16% das pessoas entrevistadas, percentual que sobre para 20% entre as mulheres e 19% entre os jovens.
Com depressão, 8% receberam esse diagnóstico, sendo que entre as mulheres o número fica em 10%. Já os sintomas de ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes dobraram após o início da pandemia.
Mesmo após o fim da pandemia, os efeitos desse momento na saúde mental da população devem permanecer por algum tempo. Para especialistas, é preciso que as autoridades de saúde fiquem atentas a esse aspecto e incluam a saúde mental e apoio psicossocial em seus planos de resposta à Covid.