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Nº 5594
Opinião

VOZES DA AMAZÔNIA

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Por Editorial | Edição do dia 17/06/2022 - Matéria atualizada em 17/06/2022 às 04h00

A morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips teve grande repercussão não só no Brasil, mas também no resto do mundo, e chamou a atenção mais uma vez para a violência que ocorre na região amazônica. Tanto Bruno quanto Dom eram defensores dos direitos humanos e morreram desempenhando atividades em benefício dos povos indígenas.

Entidades indigenistas dizem que a região do Vale do Javari, onde os dois desapareceram, sofre com a ausência de fiscalização e controle, o que se refletiu nos últimos anos no crescimento do desmatamento e de atividades ilegais de pesca, caça, garimpo e narcotráfico.

Violência contra ativistas ambientais não é algo incomum no Brasil. Nos últimos anos, o Brasil liderou o ranking dos países que registram mortes de ambientalistas. Também não é uma questão recente. 

Há quase 30 anos, o País ganhou as manchetes internacionais por causa do assassinato de Chico Mendes, o humilde seringueiro do Acre que se converteu em símbolo internacional da defesa do meio ambiente. 

Em 2005, outro caso de repercussão internacional: o assassinato da missionária americana Dorothy Mae Stang, de 74 anos. Naturalizada brasileira, ela foi morta por pistoleiros na cidade de Anapu, no oeste do Pará. Assim como Chico Mendes, irmã Dorothy dedicou boa parte de sua vida à defesa do meio ambiente e dos direitos dos trabalhadores rurais.

O Brasil também vem sendo cobrando pelas agressões ao meio ambiente, sobretudo à Amazônia. Nos últimos anos têm sido registrados recordes de desmatamento na região. O País ainda desmata uma área similar ao território de Israel a cada quatro ano

A defesa do meio ambiente e a proteção daqueles que lutam pela causa é algo urgente e prioritário. Por isso, é essencial que que a investigação esclareça as circunstâncias e a motivação do crime que vitimou Bruno e Dom e leve à responsabilização de todos os envolvidos. Além disso, é urgente que medidas imediatas e contundentes sejam adotadas pelo poder público para combater a ilegalidade e as redes criminosas na Amazônia.

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