BAIXA ADESÃO
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Por Editorial | Edição do dia 24/06/2022 - Matéria atualizada em 24/06/2022 às 04h00
Dados divulgados ontem pela Prefeitura de Maceió mostram que somente 26,62% das crianças de Maceió foram imunizadas durante a campanha nacional de vacinação contra o sarampo. Os dados representam uma baixa adesão em relação ao esperado, já que a meta é ter pelo menos 90% dos 58.928 pequenos vacinados.
Não é de hoje que a cobertura vacinal vem diminuindo no País. Levantamento da OMS mostra que o Brasil aparece como um dos países que mais regrediram nos últimos cinco anos, com índice hoje de pouco mais de 70% de cobertura para difteria, tétano e coqueluche. A queda na cobertura universal de vacinas para crianças foi de 23 pontos percentuais entre 2015 e 2019, a mesma taxa de redução registrada na Venezuela, país em crise humanitária. Os motivos incluem a percepção enganosa de parte da população de que não é preciso vacinar porque as doenças desapareceram a problemas com o sistema informatizado de registro de vacinação. Há também o efeito de fake news divulgadas pelas redes sociais atribuindo falsos efeitos colaterais às vacinas. Os grupos contrários à vacinação no Brasil são discretos se comparados aos de outros países. Entretanto, em tempos de redes sociais, notícias alarmistas e equivocadas circulam rapidamente. Para especialistas, além do risco individual, a não imunização pode trazer problemas coletivos, pois favorece a proliferação das doenças. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre dois e três milhões de mortes por ano são evitadas por conta da vacinação das pessoas, especialmente às ligadas à difteria, tétano, sarampo e rubéola. É bom lembrar que o Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do SUS. O poder público deve estar atento é realizar um estudo profundo para compreender a queda nos índices de imunização e evitar que o País retroceda nesse quesito. Para isso, é preciso melhorar a distribuição das vacinas nos postos e promover uma grande campanha educativa.Caso contrário, voltaremos a registrar casos de doenças que pareciam erradicadas.