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DESARMAR OS ESPÍRITOS

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Dados do Observatório da Violência Política e Eleitoral, organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostram que o número de casos de violência contra lideranças políticas já é maior na primeira metade deste ano do que no mesmo período do último ciclo eleitoral, o pleito municipal de 2020. Considerando-se os primeiros seis meses do ano, em 2020, ano de eleição municipal, foram registrados 174 casos e, em 2022, 214, um aumento de 23%.

O estudo considera violência política contra lideranças os atos de ameaça, agressão, homicídio, atentado, homicídio de familiar, sequestro e sequestro de familiar. O recrudescimento da violência política já havia sido observado no primeiro trimestre deste ano, quando o Observatório registrou a ocorrência de 113 casos, 28% a mais do que no mesmo período de 2020. Já no segundo trimestre, foram 101 episódios, 17% a mais do que há dois anos. Os dados revelam que a violência política está em todo o País, reflete disputas locais e atingiu militantes de 23 partidos, sobretudo homens entre 40 e 49 anos. Os casos mais comuns são de ameaças e agressões. Para especialistas, a comparação entre anos eleitorais é a mais adequada, devido à tendência de os casos acompanharem o calendário dos pleitos. E isso o preocupa atualmente. Em 2020, o número de episódios de violência política aumentou 44% do segundo trimestre para o terceiro, e 93,5% entre o terceiro e o quarto trimestre. Qualquer ato de violência contra liderança política, seja de que corrente ideológica seja, é grave porque mina a democracia e ainda fere a liberdade de expressão. Reduz a participação e a legitimidade dos eleitos e deixa as pessoas com receio de manifestar sua opinião. É preciso que a violência política seja coibida firmemente e os agressores punidos. Os espíritos devem ser desarmados e a disputa deve ser apenas no campo das ideias. Daqui a mais algumas semanas a campanha eleitoral começará de fato e é preciso que candidatos e eleitores possam se manifestar livremente e expor suas convicções políticas sem medo.

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